Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 26 de junho de 2024

No dia 26 de junho de 2024, as notícias pareciam um mosaico de ironias e desventuras que compõem a tapeçaria cotidiana do Brasil e do mundo. Vamos lá, caros leitores(as), desfiar esse novelo com pitadas de humor, uma colherada de crítica e uma pitada de ironia.
Na Universidade Federal de Sergipe, professores finalmente encerraram sua paralisação. Parecia uma daquelas novelas que se arrastam por anos, com um final previsível que ninguém se dava ao trabalho de assistir. “Parabéns, voltamos ao normal!” – disseram, enquanto o normal permanecia tão distante quanto Marte.

Falando em decisões célebres, os deputados de Sergipe aprovaram um PL que garante isenção de ICMS para transferências de mercadorias do contribuinte. Traduzindo: agora ficou mais barato para os espertos moverem suas riquezas de um lado para o outro, como quem joga xadrez. O objetivo era adequar a Lei Estadual à nova regra do tributo trazida em Lei Federal, mas a sensação era de que alguém havia vencido uma partida que ninguém sabia que estava sendo jogada.

Enquanto isso, os festejos juninos estavam a todo vapor, gerando um frenesi de contratações temporárias. Era como se cada fogueira acesa representasse um novo emprego – temporário, claro, porque permanência é coisa de conto de fadas. A economia dançava ao som do forró, mas os trabalhadores sabiam que o ritmo ia mudar logo após o último balão subir.

Do lado da natureza, o Pantanal chorava suas lágrimas secas. Mais de 60% da superfície de água havia evaporado em 2023, segundo o MapBiomas. Quem diria que rios e reservatórios podiam desaparecer como miragens em pleno deserto? Uma queda de 1,5% em relação à média histórica parecia um detalhe, mas em tempos de escassez, até uma gota fazia falta.

E para aqueles que achavam que problemas de memória só vinham com a idade, uma pesquisa revelou que sintomas de depressão na juventude podiam fazer estragos a longo prazo. Depressão, essa senhora de preto, tinha o poder de roubar até as lembranças mais queridas, deixando o futuro com um gosto amargo de esquecimento.

Enquanto isso, no espaço, dois astronautas estavam literalmente sem chão. Presos em uma nave da Boeing, que decidiu fazer greve na pior hora possível, eles olhavam para a Terra como quem vê a saída do cinema trancada. Um vazamento de hélio e falhas nos propulsores tornaram o retorno uma missão impossível, deixando a Nasa sem data para o desfecho.

No futebol, Flamengo e Palmeiras resolveram entrar em sintonia e perderam no Campeonato Brasileiro. Parecia uma conspiração dos deuses do futebol para lembrar que nem sempre os grandes ganham, e que às vezes, até os campeões precisam de uma dose de humildade.

E para fechar o dia com um toque surreal, na Bolívia, um general foi preso por tentar um golpe, enquanto na Crimeia, banhistas russos foram surpreendidos por mísseis ucranianos em plena praia. Era como se a realidade tivesse se transformado em um episódio de “Black Mirror”, onde o inesperado era a única certeza.

E assim, entre risos e suspiros, Sergipe e o mundo seguiram seu curso, navegando pelas águas turvas da vida, onde a única constante é a imprevisibilidade.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira