POLÍTICA INTERNACIONAL

Maduro vence novamente a eleição , mas com cheiro de fraude no ar que não dá pra ignorar

Maduro vence eleição na Venezuela, diz conselho; oposição contesta e aponta fraude 'grosseira'

Maduro vence novamente a eleição , mas com cheiro de fraude no ar que não dá pra ignorar
Publicado em 29/07/2024 às 16:33

No grande teatro da política venezuelana, o espetáculo do poder se desenrolava com a pompa de um drama shakespeariano. Na arena iluminada pelo brilho incerto das urnas, Nicolás Maduro, o protagonista de um roteiro já conhecido, subiu novamente ao palco. A plateia, dividida entre aplausos e vaias, assistia perplexa à contagem dos votos, que, como que por mágica, concediam-lhe 51,2% do eleitorado, deixando o rival Edmundo González com um modesto 44,2%.

O Conselho Nacional Eleitoral, com suas vestes solenes e discursos preparados, anunciou o veredito. Mas, nos bastidores, o burburinho crescia. A oposição, representada por González, denunciava um truque de mágica barato, uma fraude grotesca que transformava a democracia em uma tragicomédia. Era como se o coelho que deveria sair da cartola tivesse sido substituído por um rato, deixando todos desconfiados do ilusionismo político em curso.

A cada voto apurado, a tensão aumentava. Os 80% das urnas, como peças de um quebra-cabeça incompleto, montavam um quadro de incerteza e suspeita. O cenário, que deveria ser de vitória limpa e honrada, se assemelhava mais a um circo, onde a verdade era flexível como um trapezista e a justiça, um palhaço triste a esperar seu momento de glória.

Maduro, com seu sorriso ensaiado, declarava-se vencedor. Contudo, a sombra da dúvida pairava sobre sua figura. O público, dividido entre os que acreditavam no espetáculo e os que viam a corda bamba se romper, questionava-se sobre o futuro desse grande show. Seria possível reescrever o roteiro? Ou estariam todos presos em um enredo repetitivo, onde a esperança é apenas um número a mais no script da desilusão?

Enquanto os refletores se apagavam e as cortinas se fechavam, o murmúrio de insatisfação continuava a ecoar pelo teatro. A política, afinal, é uma peça sem fim, onde cada ato reserva surpresas e cada personagem, suas próprias máscaras. Na Venezuela, o espetáculo ainda não terminou, e a verdade, como um bom ator, aguarda pacientemente seu momento de entrar em cena.

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE