CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de novembro de 2024
22 DE NOVEMBRO EM UM SHOW DE NOTÍCIAS
As notícias do dia 22 de novembro de 2024
Por Antônio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
O dia começou com os olhos do mundo voltados para pequenos e grandes palcos. Enquanto em Japaratuba, jovens atletas no Interclasses 2024 da Escola Municipal Professor Emiliano Nunes de Moura se lançavam à conquista de medalhas de ouro imaginárias, no tabuleiro geopolítico, a Ucrânia pedia reforços para interceptar os “mísseis invisíveis” da Rússia. É como se o planeta oscilasse entre a leveza dos jogos escolares e o peso de uma guerra que insiste em não sair de cena.
No campo das ironias, uma mulher em São Cristóvão tentou reinventar o conceito de “carga excessiva” ao entrar com 15 celulares em um presídio. O que ela planejava? Um curso intensivo de telecomunicações para detentos? Talvez uma nova operadora chamada “Barrotes Móveis”? Fica o mistério, enquanto o sistema carcerário continua a ser o palco de histórias surreais que poderiam ser tiradas de um roteiro de comédia, se não fossem tão trágicas.
Enquanto isso, em Nossa Senhora do Socorro, uma fábrica de cimento foi reinaugurada. Talvez seja o símbolo perfeito de um Brasil que insiste em construir, mesmo com os pés atolados no concreto das dificuldades econômicas. E por falar em dificuldades, o governo anunciou um bloqueio de R$ 6 bilhões no orçamento. É como se a máquina pública estivesse fazendo dieta forçada enquanto tenta correr uma maratona fiscal. Mas o detalhe irônico é que, enquanto corta gastos de um lado, do outro tenta “aliviar” as contas de luz com um bônus de Itaipu. A dança das prioridades nunca foi tão desconcertante.
Na esfera da educação, o vestibular unificado em Santa Catarina surge como uma luz no fim do túnel para 23.961 sonhadores. Mas será que o túnel é curto o suficiente? Com a meta fiscal apertando e a inflação subindo, as universidades públicas podem acabar sendo os novos alvos do bisturi orçamentário. Ainda assim, a esperança de quem tenta uma vaga resiste, como a chama de uma vela em meio ao vendaval.
E, por falar em vendavais, o bilionário Gautam Adani viu R$ 70 bilhões evaporarem em um único dia. Talvez o mercado financeiro devesse adotar o lema de um ditado popular: “o que vem fácil, vai fácil”. O escândalo nos lembra que até mesmo os gigantes têm pés de barro – ou, no caso de Adani, de um material bem menos confiável.
Do lado de cá, no nosso cenário local, os 84 anos de Albano Franco foram celebrados com missa. É curioso pensar que, enquanto uns somam décadas de influência, outros contam os minutos na corda bamba da economia ou sob o barulho das sirenes na Ucrânia. Albano, símbolo de um tempo em que Sergipe era pequeno, mas prometia grandeza, parece agora ser apenas memória, uma figura quase mitológica em um estado que tenta se reinventar com o mesmo cimento da fábrica reinaugurada.
Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, Putin decide produzir mísseis hipersônicos em série. É como se ele brincasse com o destino do mundo, feito um jogador que rola os dados no escuro. Já Zelensky, entre pedidos de ajuda e palavras inflamadas, parece um rei cercado em seu castelo, tentando proteger seu povo de um dragão de fogo invisível.
E assim seguimos, entre os sonhos das crianças que correm nas quadras do Interclasses, as disputas de poder dos adultos e a luta diária dos comuns. O mundo não é nada além de um mosaico, onde cada peça – por mais pequena que seja – tem sua importância. Em Japaratuba ou em Kiev, o jogo segue. As regras? Ninguém nunca leu o manual.