CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias da Terça-Feira, dia 22 de outubro de 2024
22 de outubro de 2024, um mosaico de dor, luta, e ironia. Justiça tardia, protestos ignorados, dívidas que nunca acabam e cebolas traiçoeiras. O mundo parece estar em um ciclo de absurdos, onde cada notícia é um tapa na cara da lógica.
Manchetes da Terça-Feira, dia 22 de outubro de 2024
Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE
Capítulo 1: As Sombras da BR-101
Era uma terça-feira, mas podia muito bem ser um daqueles dias de tempestade em pleno deserto. A data do Júri Popular dos ex-PRFs acusados da morte de Genivaldo Santos foi finalmente marcada, e com ela, o Brasil foi sacudido pelo grito preso na garganta desde 2022. Genivaldo, como um pássaro enclausurado, foi jogado em um porta-malas transformado em câmara de gás, e agora, a Justiça se prepara para lidar com os corvos que o aprisionaram.
A morte de Genivaldo é uma cicatriz aberta na BR-101, onde o asfalto parece engolir mais do que carros: engole vidas, esperanças, e no caso dele, o próprio ar. E nesse júri que se aproxima, esperamos que as máscaras finalmente caiam, revelando os rostos daqueles que, em vez de proteger, escolheram o terror como caminho. O dia 26 de novembro promete ser quente, não pela temperatura, mas pela fervura da espera por uma Justiça que anda de muletas.
Capítulo 2: A Revolta das Quatro Rodas
Enquanto a justiça se arrasta, Aracaju ferve de outra maneira. O trânsito, sempre caótico, foi transformado em arena de protesto. Os motoristas de transporte alternativo decidiram parar tudo, estacionar seus sonhos e lutas na porta da Assembleia Legislativa. Com o projeto de regulamentação vetado, eles se tornaram nômades sem reconhecimento, errantes em uma cidade que insiste em lhes fechar as portas.
É como se o destino deles estivesse em um eterno semáforo vermelho, enquanto os deputados, bem acomodados em seus carros de luxo, passam direto pela faixa, ignorando os rostos daqueles que movem a cidade. Será que em algum momento o sinal abrirá para esses trabalhadores?
Capítulo 3: A Ilusão da Energia Infinita
Em meio a apagões de justiça e protestos, o país decide que o horário de verão não faz mais parte dos planos. Ah, o horário de verão! Aquela tentativa nostálgica de enganar o tempo, como se pudéssemos prolongar a luz com simples ajustes no relógio. Agora, sem essa ilusão, o governo fala de usinas “de reserva”, como se fossem pequenos deuses do Olimpo, prontos para nos salvar na hora do aperto.
Mas será mesmo que podemos confiar? Ou essas reservas são como guarda-chuvas quebrados, que só percebemos que não funcionam quando a tempestade já chegou?
Capítulo 4: Bancos, Celulares e Regras que Não Funcionam
Os bancos, ah, os bancos… Sempre prontos para criar regras que beneficiam a si mesmos, agora ignoram a portabilidade do rotativo. Os clientes tentam escapar das garras de uma dívida para cair nas mãos de outra instituição, mas os grandes tubarões financeiros não querem perder o seu banquete. E enquanto as escolas debatem a proibição do uso de celulares até no recreio, os jovens riem nas sombras, sabendo que as regras, muitas vezes, são como castelos de areia na maré da vida.
Capítulo 5: Os Déficits e os Buracos Negros
Enquanto o mundo gira, as empresas estatais federais acumulam dívidas tão grandes que parecem buracos negros. R$ 3,7 bilhões até o final do ano, uma quantia que só pode ser comparada ao buraco de confiança que elas têm deixado na alma do povo. Pagamos essa conta todos os dias, mas quem se responsabiliza? O déficit não é apenas financeiro, é moral.
Capítulo 6: Cebolas Mortais e Bombas em Beirute
E como se o dia não pudesse ficar mais bizarro, o McDonald’s nos Estados Unidos suspende a venda de hambúrgueres. O inimigo da vez? Cebolas contaminadas. Imagine só, aquela cebola caramelizada, cheia de doçura, de repente se transforma em uma assassina sorrateira. É o alimento básico do fast food se rebelando, como se quisesse lembrar ao mundo que o que é rápido e fácil nem sempre é seguro.
No outro lado do mundo, a realidade é ainda mais brutal. Beirute, a cidade que já foi símbolo de resistência, agora é alvo de mísseis que destroem prédios como se fossem castelos de cartas. Um projétil israelense cai em um edifício, e o Líbano chora mais uma vez. Lá, a vida tem se tornado uma espera angustiante entre o silêncio das bombas e a poeira dos escombros.
Capítulo 7: O Término e o Começo
E assim, esse 22 de outubro se encerra, um mosaico de dor, luta, e ironia. Justiça tardia, protestos ignorados, dívidas que nunca acabam e cebolas traiçoeiras. O mundo parece estar em um ciclo de absurdos, onde cada notícia é um tapa na cara da lógica.
Mas talvez, só talvez, haja esperança nesse caos. Porque, afinal, o Brasil ainda respira, mesmo quando tentam trancá-lo em porta-malas de desespero. Que venham os próximos capítulos.