CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 09 de outubro de 2024

O show de notícias apresenta o furacão Milton, prefeito de Canindé de São Francisco em Sergipe exonera todos os comissionados, +Milionária, concurso 188: prêmio acumula e vai a R$ 15,5 milhões, Mulher é presa em Sergipe ao tentar obter registro de medicina com diplomas falsos, TCU valida acordo entre governo e grupo J&F sobre termelétricas contratadas em 2021, na crise hídrica, STF adia análise de decisão que reconduziu Ednaldo Rodrigues ao comando da CBF.

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 09 de outubro de 2024
Publicado em 10/10/2024 às 12:36

As notícias do dia 09 de outubro de 2024


Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Abram as cortinas, respeitável público leitor, porque o espetáculo das notícias vai começar. Hoje, a orquestra dos ventos desafinou e o furacão Milton, regendo a sinfonia da destruição, arrastou sonhos e deixou um milhão de almas em fuga, como uma caravana sem rumo. A Flórida virou um palco de desespero, onde o racionamento de água e os postos sem combustível são os coadjuvantes dessa tragédia em tempo real. É como se o céu tivesse dado uma gargalhada amarga e agora chovesse lágrimas de ironia sobre quem acreditou que controlava a natureza.

Enquanto isso, na distante Canindé de São Francisco, o prefeito decidiu fazer uma limpeza geral no palco político, exonerando todos os comissionados. A plateia de cabides vazios agora assiste de longe, sem aplausos. A cena lembra uma peça de teatro em que, ao cair do pano, todos os atores saem do palco sem saber se terão uma nova temporada. Será que a política local vai virar monólogo, ou será que um novo elenco já está nos bastidores, ansioso para entrar em cena?

Mas o show de horrores não para por aí. Em Sergipe, uma mulher decidiu atuar no perigoso papel de médica sem nunca ter pisado num hospital de verdade. Tentou, com diplomas falsos, vestir a máscara da respeitabilidade. Só que o espetáculo terminou mais cedo, com a polícia entrando no palco para interromper a encenação. No fundo, é a velha peça do “jeitinho” que vira drama quando a cortina cai de forma abrupta.

E falando em sorte, a milionária de número 188 acumulou mais uma vez, prometendo R$ 15,5 milhões ao próximo sortudo. O prêmio, agora antecipado, parece ser o sonho dourado de quem busca um respiro em meio ao caos. Mas, como sempre, a fortuna é aquela atriz caprichosa, que aparece só para alguns e deixa a maioria na plateia, aplaudindo os escolhidos enquanto suspira pelos próprios infortúnios.

Já no teatro das termelétricas, o TCU fez um acordo com o grupo J&F, num daqueles atos que só os críticos mais atentos conseguem entender. Substituir usinas, mesmo depois de descumprir prazos? Parece um roteiro mal escrito, onde os vilões saem de cena, mas deixam um rastro de confusão para o público tentar decifrar. A crise hídrica de 2021 volta ao palco, como um fantasma que teima em assombrar a plateia, lembrando que algumas cenas não se encerram com um simples apagar de luzes.

Por fim, o STF adiou a decisão sobre Ednaldo Rodrigues e a CBF. Sim, porque no Brasil, pedir vistas é como pausar um filme no clímax, deixando todos na expectativa de quando a próxima cena vai rodar. Gilmar Mendes, o diretor dessa novela judicial, agora leva o script para pensar nos próximos passos. Enquanto isso, a bola fica parada, mas a tensão nos bastidores só aumenta.

E no meio desse espetáculo grandioso, o furacão Milton continua a rodopiar, como uma estrela descontrolada que rouba a cena e reescreve o próprio destino das cidades. Com ventos de 205 km/h, ele desafia qualquer previsibilidade, lembrando que, em alguns atos da vida, o roteiro já vem escrito pelo imponderável.

No palco da realidade, quem diria, até as tragédias ganham um toque de ironia. Resta a nós, meros espectadores, aguardar o próximo ato, torcendo para que a tempestade não leve de vez os cenários de esperança que ainda resistem em pé. Porque, no final das contas, cada notícia é um pedaço do grande drama humano, onde as cortinas sempre caem, mas os aplausos, ah, esses nem sempre aparecem.