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Psicólogos revelam o que significa ouvir a mesma música por ‘milhares’ de vezes
O hábito de ouvir repetidamente a mesma música não é apenas uma preferência musical, mas um comportamento que revela traços profundos da personalidade. Um estudo recente publicado pela revista científica WebMD explorou esse fenômeno e identificou que ele está ligado a aspectos emocionais e psicológicos específicos.
Segundo a pesquisa, pessoas que repetem músicas tendem a buscar conforto e previsibilidade em um ambiente incerto, utilizando as canções como um refúgio seguro. A familiaridade das melodias oferece estabilidade, permitindo que o ouvinte se conecte com algo que já conhece bem, o que pode ser especialmente reconfortante em momentos de incerteza ou estresse.
Esses ouvintes, em sua maioria, possuem uma inteligência emocional elevada, demonstrando uma habilidade acima da média para reconhecer e processar emoções intensas. Em vez de evitar sentimentos profundos, eles se engajam ativamente com eles por meio da música, utilizando-a como uma ferramenta para entender melhor suas próprias emoções. Essa prática, muitas vezes introspectiva, permite que eles naveguem por sentimentos complexos e façam uma análise mais profunda das letras e melodias.
Outro ponto relevante identificado no estudo é a atenção aos detalhes. Pessoas que repetem músicas frequentemente percebem nuances que outros ouvintes podem não captar, mostrando um nível de sensibilidade e apreciação pelo que está “escondido” nas canções. Além disso, apesar de seu apego a músicas familiares, esses indivíduos não são fechados a novas experiências musicais; pelo contrário, costumam ter uma mente aberta para explorar novos sons e gêneros, demonstrando uma flexibilidade cognitiva interessante.
A repetição, portanto, não é apenas sobre gostar de uma melodia, mas envolve uma complexa rede de características emocionais e psicológicas. Para esses ouvintes, a música é uma ponte entre o mundo exterior e sua introspecção, uma forma de processar emoções, recarregar energias e encontrar estabilidade em meio ao caos.
Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE