POESIA
Poesia : Labirinto
Labirinto
Em meio ao mármore frio, o passo errante
Percorre o labirinto, sempre avante,
Buscando no silêncio, o eco distante
De um saber antigo, num canto arfante.
As paredes erguidas, brancas, rijas,
Guardam segredos de eras já olvidadas,
Sombras dançam em formas contornadas,
E o tempo esvai-se em voltas intransigidas.
Cada curva, um mistério que se revela,
Cada enigma, uma pista que se vela.
A mente, aflita, busca a centelha
Do entendimento que a verdade anela.
Os deuses, altivos, olham do alto,
Com olhares serenos, de pedra e sal,
Testemunhas de um passado imortal,
Vigias do saber, eterno assalto.
Nas trilhas sinuosas, perdida a razão,
O coração pulsa em ritmo lento,
E a alma, em seu silêncio, encontra alento,
No perpétuo andar da reflexão.
Assim, no labirinto do existir,
Entre pedras frias e sombras imortais,
Segue o poeta, em busca dos sinais,
Que nas encruzilhadas pode descobrir.
E ao fim, quando o mistério se desfaça,
E o saber enfim tocar sua face,
Será o labirinto, obra sem disfarce,
A verdade nua, que o tempo abraça.
Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira