O dia vai amanhecer mais cedo para o Brasil. Antes mesmo que o sol subir alto no horizonte, os arqueiros Ana Luiza Caetano e Marcus D’Almeida já traçarão suas trajetórias invisíveis no céu parisiense. Flechas voando como cometas, cortando o ar com a precisão de quem sabe que o alvo, ali adiante, é mais do que um simples círculo pintado: é um sonho. É ouro.

Nos campos da cidade luz, a batalha não é menos ardente. As guerreiras do handebol, armadas de coragem e estratégia, se preparam para enfrentar a Espanha. No palco de Paris, onde cada lance é um passo rumo à eternidade, elas se movem como peças de xadrez num tabuleiro que exige cálculo e audácia. Cada gol, uma nota na sinfonia do desejo olímpico.

Às 14h, sob o céu que cobre o Stade de Lyon, a seleção feminina de futebol pisa no gramado. A partida contra a Nigéria é mais do que um jogo. É a abertura de um livro onde cada drible, cada chute, é uma palavra escrita com suor e esperança. A bola rola, e com ela, rolam também as aspirações de uma nação inteira, que, à distância, acompanha cada movimento com o coração na ponta dos pés.

Nesta quinta-feira, enquanto o mundo ainda se prepara para a grande abertura oficial, o Brasil já está em marcha. Em busca do ouro, em busca da glória, em busca do que faz cada sacrifício valer a pena. Porque, no fundo, a medalha que eles perseguem é feita do mesmo material que constrói sonhos: determinação e paixão.

E assim, na véspera da grande cerimônia, os brasileiros mostram que o espírito olímpico não espera o sinal do início oficial. Ele está na luta, na preparação, no enfrentar do desconhecido com a flecha pronta e o coração firme. Que os deuses do esporte abençoem esses guerreiros e guerreiras. Que Paris seja palco de muitas vitórias e, quem sabe, de algumas lágrimas douradas.

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE