POESIA
Evanescente
Entre névoas sutis, teus passos se perdem,
ecos de um tempo que foge, se esconde,
e no véu do instante que se dissolve,
és sombra e luz, promessa que não responde.
És gota de orvalho na folha caída,
pétala ao vento que a brisa sussurra,
um fio dourado, um sopro de vida,
vagando entre o que fica e o que murmura.
Como as ondas que morrem na areia,
abraça o silêncio e logo desiste,
no ar suspenso, teu vulto vagueia,
eterno adeus de quem nunca existe.
E assim és lume que o vento apaga,
estrela ao longe, que mal se distingue,
um suspiro que em silêncio vaga,
evanescente, no tempo que extingue.
Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira