CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 31 de agosto de 2024

"Cenas de Agosto: Uma Despedida com Pinceladas de Ironia e Esperança"

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 31 de agosto de 2024
Publicado em 01/09/2024 às 11:13

“O Último Ato de Agosto: Entre Despedidas, Cores e Contradições – Uma Crônica de Antonio Glauber”


Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


No palco das últimas cortinas de agosto, o Brasil assistiu a um espetáculo onde o riso e o choro se entrelaçam como numa dança mal ensaiada. A primeira senadora eleita por Sergipe, Maria do Carmo Alves, decidiu dar seu último adeus aos 83 anos, num ato final digno de uma mulher que enfrentou tantas batalhas políticas. Sua partida é como aquela última cena de uma novela que, mesmo esperada, ainda nos pega de surpresa e nos deixa um vazio difícil de preencher. Maria do Carmo, a personagem principal que, mesmo nos bastidores, ainda faz falta ao enredo do estado.

Enquanto a despedida solene de Maria do Carmo acontece, o trânsito na Orla da Atalaia parece decidido a não deixar ninguém chegar à tempo para dar um último adeus. Os agentes da SMTT, vestidos como guardiões de uma viajem que nunca termina, tentam domar o fluxo de carros que se arrasta como uma procissão de formigas. E quem diria que em meio a isso tudo, a cidade se tornaria o cenário colorido do Festival Internacional de Graffiti, onde artistas de várias partes do mundo pintam suas realidades em muros que, por ora, parecem mais vivos do que nunca.

No entanto, a arte urbana não é o único tema que tinge as ruas. As vitrines antes tão cheias de bandeirinhas e chapéus de soldado para o 7 de Setembro agora mostram um vazio que só se compara ao entusiasmo dos comerciantes. Parece que o patriotismo anda em baixa, e as vendas, coitadas, seguem o mesmo ritmo. Talvez a Mega-Sena acumulada de 30 milhões seja o novo sonho de consumo, pois no Brasil, mais vale uma aposta do que uma bandeira no peito.

E por falar em apostas, a Anatel resolveu colocar a internet num checkmate digno de um jogo de xadrez. As operadoras foram notificadas para suspender o acesso ao X, aquela rede social que já foi um pássaro azul cantando liberdade e agora se tornou um enigma para decifrar. Os usuários, esses jogadores incansáveis, tentam, em vão, acessar suas postagens e perfis, enquanto o tabuleiro da internet fica mais confuso do que nunca. Parece que, por aqui, até a tecnologia resolveu aderir à pausa para reflexão.

Mas nem tudo está parado. Na Faixa de Gaza, crianças que nunca conheceram a paz agora recebem doses de esperança em forma de vacina contra a poliomielite. Israel, que costuma travar batalhas diárias, desta vez baixou suas armas por três dias, concedendo uma trégua para salvar vidas. A ironia aqui é que, num dos lugares mais conturbados do mundo, ainda há espaço para a vida florescer, mesmo que por breves momentos.

Já na Venezuela, a luz que se apagou por mais de 12 horas voltou a brilhar, mas não sem deixar rastros de críticas e acusações. Maduro culpa a oposição, enquanto especialistas apontam para a falta de manutenção. No fim das contas, o povo, que há muito tempo vive na escuridão, segue esperando por um milagre que não vem.

E em meio a tantas idas e vindas, o Brasil segue firme nas Paralimpíadas de Paris 2024. Nossos atletas, verdadeiros heróis em suas jornadas, colecionaram medalhas como se fossem estrelas numa noite sem fim. Com 23 medalhas no total, o Brasil brilha em terceiro lugar no quadro de medalhas, provando que, apesar de todos os desafios, ainda temos motivos para nos orgulhar.

Assim, agosto se despede com um misto de emoções, deixando um gosto agridoce na boca, como aquele café que esfria antes da última golada. Setembro chega e promete novos capítulos nesse romance interminável chamado Sergipe, Brasil e mundo, onde a realidade é mais surreal do que qualquer ficção. E nós? Seguimos aqui, espectadores atentos, tentando decifrar os mistérios dessa trama sem fim.