CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 30, o último dia de setembro de 2024

As últimas notícias de setembro de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 30, o último dia de setembro de 2024
Publicado em 01/10/2024 às 12:25

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As notícias do dia 30, o apagar das luzes de setembro de 2024

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Por Antônio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Chega o último dia de setembro, e o mês se despede como quem acena de longe, numa estação de trem. O outono europeu começa a se espalhar pelas folhas, enquanto por aqui, as notícias voam como ventos repentinos, soprando de todas as direções. Sergipe, pequenino em seu mapa, cresce em suas novidades. A frota de transporte intermunicipal vai ganhar mais uns veículos, como quem estica a corda da esperança na mobilidade. Mas será que mais ônibus em circulação vão encurtar a distância entre os problemas que enfrentamos e as soluções que teimam em chegar tarde?
Epa! esta ampliação da frota de transporte vai ser somente no período da eleição.

E por falar em tempo que não volta, nos despedimos do professor Luís Carlos Fontes, que, tal qual um farol na praia, iluminou gerações de estudantes na UFS. Ele, que desvendava os mistérios da terra, agora repousa no céu. A ironia da vida é que, por mais que se estude a história e a geologia, o tempo sempre corre mais rápido do que podemos registrar. Fontes, que deixou marcas na rocha e no coração, foi um daqueles que soube que a vida, como o rio São Francisco que ele tanto defendeu, segue seu curso implacável. E nós, que ficamos, somos apenas afluentes tentando entender o mar de ausências.

Enquanto isso, na face colorida da vida, o Senac promove um campeonato de maquiagem. Ah, que delícia seria se as pinceladas criativas do “Make Colors” pudessem maquiar as dores da alma e camuflar as cicatrizes invisíveis que muitos carregam. Infelizmente, até as mais belas criações não resistem às lágrimas da realidade. E, por falar em realidade, Haddad resolve cortar as asas dos sites de apostas, como quem desmancha a festa dos espertos no cassino virtual da vida. Serão 600 portas trancadas, e quem não sair a tempo vai perder até o troco da passagem. Os 600 sites de apostas online irregulares poderão ser bloqueados no Brasil pela Anatel.
No Espírito Santo um Bicho-preguiça é resgatado ao tentar atravessar a BR-101.

Por outro lado, o céu nos brinda com uma lua extra, ou melhor, com uma mini-lua. Um asteroide, tão pequeno quanto as promessas não cumpridas, orbita a Terra por alguns dias, como quem passa para um café rápido e depois segue seu rumo. O universo, assim como a política, é cheio de surpresas temporárias, mas será que essa mini-lua trará mais luz ou apenas refletirá a escuridão de tantos problemas não resolvidos?

No campo, o milho salta 8% na bolsa, como se quisesse crescer além do que as terras secas permitem. A escassez hídrica no rio Xingu grita em desespero, enquanto a usina de Belo Monte faz o que pode com o pouco que recebe. E eu me pergunto: até quando nossos rios, como velhos guerreiros cansados, suportarão o peso da nossa negligência? Talvez o asteroide PT5, lá de cima, esteja assistindo à nossa pequena batalha pela sobrevivência, rindo da nossa falta de planejamento enquanto segue seu caminho cósmico sem se preocupar.

E lá no outro lado do mundo, em Kalundborg, na Dinamarca, o efeito Ozempic transforma a cidade, como uma maquiagem bem feita. De um vilarejo tranquilo a um polo de riqueza e oportunidades, tudo graças a uma pílula milagrosa. Mas toda maquiagem tem seu prazo, e a dependência de uma única fonte de riqueza pode ser perigosa. Diversificar, eles dizem, mas quem escuta?

Enquanto o mundo gira, Israel e Hezbollah trocam tiros como quem dança uma valsa trágica na beira do precipício. Bombas de um lado, retaliações de outro, e o aeroporto de Beirute se torna palco de mais um ato nesse teatro de guerra sem fim. E nós aqui, do lado de cá, continuamos a pintar nossos rostos com cores de esperança, mesmo quando o cenário ao redor parece desbotado e sem graça.

Assim se despede setembro, com suas ironias e metáforas, nos lembrando de que a vida é uma mistura de cores, sons e tragédias. No final, somos todos personagens em uma crônica escrita pelas mãos do destino, tentando maquiar a realidade com sonhos e esperanças. Mas, como diria Fontes, no final, tudo é solo, e só o tempo dirá se nossos passos foram profundos o suficiente para deixar uma marca.