CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 29 de setembro de 2024

Entre Pedaladas, show e Notas Desafinadas: A Valsa Caótica de 29 de Setembro de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 29 de setembro de 2024
Publicado em 30/09/2024 às 0:29

As manchetes do dia 29 de setembro de 2024


Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Hoje, o mundo parece ter dançado uma valsa estranha, onde o compasso da alegria se entrelaçou com a melancolia das tragédias, como se o destino fosse maestro de uma orquestra desafinada, misturando harmonia e caos. Aracaju ecoou as canções do Padre Fábio de Melo, num ginásio que abrigou não apenas vozes afinadas, mas também corações generosos, que doaram mais que aplausos: entregaram esperança em forma de alimentos. Mas não seria a vida também uma grande turnê, onde as melodias de uns sustentam as quedas de outros?

Enquanto isso, Ulisses Freitas pedalava em Paris, representando Sergipe no Campeonato Mundial de Paraciclismo, mostrando que o vento não é barreira quando a vontade de vencer é combustível. No asfalto da vida, ele vai mais rápido que as dúvidas, mais firme que os medos. Ulisses nos lembra que, às vezes, o que nos limita é só a visão estreita de quem não sabe o que é resistir ao impossível. Ele voa, não com asas, mas com rodas que giram mais que a própria roda da fortuna.

Falando em fortuna, o TRE-SE nos mostra que nem tudo que reluz é isento. Ana Helena teve sua candidatura indeferida por vínculos socioafetivos. Ah, a política, essa amante traiçoeira, sempre de mãos dadas com as sombras da suspeita. Será que algum dia teremos eleições sem esses capítulos de novela onde sempre sobra uma pontinha de desconfiança, onde o laço familiar parece pesar mais que os votos?

No palco das estradas, uma ciclista foi atingida por um ônibus em Itaporanga D’Ajuda. O motorista, bêbado, é preso. Mais um ator inconsequente que subiu ao palco errado, enquanto a vítima, anônima, representou mais um triste papel na tragédia cotidiana das rodovias. Entre acidentes e escolhas erradas, parece que o volante tem sido mais um instrumento de destruição do que de direção.

No campo espiritual, perdemos Frei Johne Barbosa, que partiu cedo demais, deixando um vazio no Santuário São Judas Tadeu e nos corações de tantos que ele tocou. A vida, esse espetáculo breve, às vezes nos tira de cena sem aviso, mas deixa marcas profundas nos bastidores da memória. Frei Johne era um desses personagens que, mesmo em silêncio, falava alto, e agora sua ausência ressoa como um eco no vazio da fé.

E por falar em ausências e presenças marcantes, Lula chegou ao México para a posse de Claudia Sheinbaum, primeira mulher a presidir o país. A história abre suas portas lentamente para as mulheres, como quem reluta em reconhecer o óbvio: o futuro é delas. E, entre conversas diplomáticas e trocas de afagos entre nações, a Venezuela se mantém como aquele vizinho problemático que todos discutem, mas poucos sabem como ajudar.

Enquanto isso, o Brasil fez chover medalhas no Campeonato Sul-Americano de Wrestling, 165 ao todo. Brilharam, sem dúvida. Mas que força é essa que temos nos tatames e que nos falta nas arenas políticas? Somos potência no esporte, mas muitas vezes, impotentes diante das lutas cotidianas que o país enfrenta.

No futsal, vencemos Marrocos e seguimos às semifinais da Copa do Mundo. Marcel, Leandro Lino e Dyego foram os protagonistas, mas a torcida é o verdadeiro coração desse espetáculo. No campo, os pés trabalham, mas nas arquibancadas, é o suor da emoção que alimenta o espírito da competição.

Do outro lado, Gusttavo Lima enfrenta uma sinfonia desafinada com a Justiça, indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Quem diria que as notas que encantam o Brasil também serviriam para pagar o preço de um escândalo? A vida artística é, por vezes, uma nota dupla: de um lado, o aplauso, do outro, a investigação. Vamos ver em que tom essa história terminará.

E, enquanto aqui discutimos shows e medalhas, em Beirute, as bombas caem. Israel ataca o centro da cidade, ampliando um cenário de destruição que parece não ter fim. O palco internacional está sempre pronto para mais um ato de guerra, onde os aplausos são substituídos pelos gritos de dor.

No Nepal, a natureza também se enfurece, com enchentes devastadoras e mais de 100 mortos. A água, que deveria ser fonte de vida, tornou-se um instrumento de morte. Será que algum dia aprenderemos a respeitar os ciclos da Terra, ou continuaremos a ignorar seus avisos até que ela decida nos engolir de vez?

E assim, o dia 29 de setembro de 2024 se encerra. Entre shows, pedaladas, guerras e tragédias, seguimos navegando nessa maré imprevisível chamada vida, onde ora remamos a favor, ora contra, mas sempre tentando manter o barco à tona, mesmo quando as ondas parecem grandes demais para enfrentar.