CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 27 de setembro de 2024

Giro de notícias cometas e comícios, entre despedidas e descobertas.

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 27 de setembro de 2024
Publicado em 28/09/2024 às 4:13

As notícias do dia 27 de setembro de 2024


Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Hoje, Japaratuba amanheceu com um nó na garganta e um silêncio que ecoa nas ruas. Dona Elba, esposa de seu Osvaldo, pegou o trem da eternidade e deixou a estação da vida. O céu, em luto, chorou finas lágrimas de garoa, enquanto as palavras de conforto se enrolavam em nó, hesitando em sair. Que Dona Elba encontre descanso na paz que sempre ofereceu a todos que a cercavam. Nossos sentimentos à família.

Enquanto isso, o TRE deu um puxão de orelha na política de Nossa Senhora doSocorro -SE, mandando um recado claro: “cama política é pra ser feita de mandatos e não de casamentos”. Carminha, com sua candidatura impugnada, descobriu que união estável na política é coisa séria. O TRE decretou que não dá pra misturar política com a tranquilidade do lar, deixando a corrida eleitoral mais parecida com novela do que com democracia.

E, no palco iluminado do Teatro Tobias Barreto, a música resistiu e celebrou. Chiko Queiroga e Antônio Rogério, ao lado de Raymundo Sodré e companhia, se fizeram a voz de um Brasil que ainda canta e se reinventa. Os 26 anos da dupla foram brindados com acordes de resistência e melodias de esperança. Uma prova de que a arte, mesmo quando encurralada, sempre encontra um jeito de escapar pelas frestas da censura e da indiferença.

Mas, no lado sombrio do cotidiano, teve de tudo um pouco. Uma mulher, numa mistura de ousadia e desespero, tentou entrar com drogas e viagra em um presídio. Talvez quisesse transformar a cela em um tipo estranho de paraíso artificial. Acabou, porém, encontrando as grades mais cedo do que esperava. E não parou por aí: cinco mulheres foram presas por furtos e revenda de produtos roubados, provando que a velha Lei de Gerson ainda vive na alma de alguns brasileiros, que insistem em levar vantagem em tudo, até na desgraça alheia.

Enquanto isso, lá em cima, um cometa rasgou o céu brasileiro fez um show particular para quem madrugou. O “Cometa do Século” apareceu como um lembrete de que, mesmo em tempos de sombras, ainda há espaço para o espetáculo do cosmos, desinteressado das nossas mesquinharias diárias. Quem olhou para o leste viu que a natureza ainda guarda seus mistérios e surpresas para aqueles que se dispõem a contemplar o inesperado.

Mas, voltando para este planetinha cheio de problemas, o Brasil resolveu dar uma de dublê de diplomata e está estudando usar uma base aérea russa na Síria para resgatar brasileiros no Líbano. A coisa é tão surreal que parece roteiro de filme B. O Itamaraty está abrindo o mapa-múndi em busca de uma rota segura para fugir de uma tragédia que insiste em se repetir no Oriente Médio. E, por falar nisso, o Brasil fez um protesto justo virou as costas para o assassino Netanyahu na ONU, por determinação do Itamaraty, a Missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) não acompanhou o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a Assembleia Geral da ONU. A comitiva brasileira, segundo fontes diplomáticas e da Missão do Brasil na ONU, se retirou antes de que Netanyahu fosse chamado, como uma forma de protesto contra o genocídio que Israel está cometendo na Faixa de Gaza.

Enquanto isso, no Líbano, a dor não tem fim. Mohamed Abdallah voltou ao Brasil, mas deixou um pedaço de si na fábrica destruída pelos bombardeios, junto com seu pai e irmão. A guerra é esse monstro que engole vidas e devolve apenas memórias partidas. E no meio de tanto desespero, mais de 700 mortos se tornaram números, apenas estatísticas para os que não têm rostos. Mas, para Mohamed e sua irmã Yara, são vozes e sorrisos que jamais voltarão.

E, enquanto os olhos do mundo se voltam para o céu, a Via Láctea revelou seus segredos em um mapa infravermelho criado por cientistas brasileiros e estrangeiros. Dez anos de pesquisa para mostrar que ainda há muito a ser desvendado. Enquanto alguns olham para o chão, tentando decifrar onde erramos, outros olham para as estrelas, buscando respostas para perguntas que ainda nem sabemos formular.

No meio disso tudo, um velejador e seu cachorro desafiaram um furacão nos Estados Unidos e, contra todas as probabilidades, foram resgatados. Em um mar de incertezas, o resgate se tornou um sinal de que, por mais feroz que seja a tempestade, sempre há esperança de um porto seguro.

E assim seguimos, entre cometas e comícios, entre despedidas e descobertas. O mundo gira, mesmo quando parece parado em meio ao caos. E nós, pequenos observadores, seguimos tentando entender esse teatro absurdo e maravilhoso chamado vida. Afinal, como dizia Dona Elba, “a gente só aprende a viver vivendo”. Que ela descanse em paz, enquanto nós tentamos encontrar nosso caminho entre as estrelas e as sombras.