CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 26 de agosto de 2024

Essa foi a crônica de ontem, em homenagem aos dias que, mesmo quando parece que tudo vai desabar, continuam nos oferecendo a oportunidade de rir e criticar.

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 26 de agosto de 2024
Publicado em 27/08/2024 às 12:56

As notícias do dia 26 de agosto de 2024

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE

E lá se vai mais um maestro, o som de Japaratuba ecoa em silêncio, como se cada nota do passado se perdesse em um sopro triste de saudade. Demario da Serraria, que um dia esculpiu harmonias com a mesma destreza que moldava a madeira, nos deixou. A cidade, outrora movida por sua batuta, agora chora uma melodia que ficou pela metade. Que ironia cruel: quem tanto deu vida à música agora repousa no silêncio eterno.

Enquanto isso, nas margens da capital, as eleições fervem mais que panela de pressão sem válvula. Emília, Danielle e Yandra dançam uma ciranda eleitoral, cada uma puxando a corda para um lado, mas o destino final parece tão incerto quanto o futuro da nossa economia. Emília tem 26%, Danielle 19%, e Yandra, 13%, mas quem confia em números em tempos tão líquidos? Mais fácil confiar em vento que sopra para onde bem entende.

Falando em ventos, quem diria que a terra portuguesa estaria sacudida por mais que brisas atlânticas? Um terremoto de magnitude 5,3 resolveu que não era hora de descanso, balançando não só prédios, mas as certezas de quem dormia tranquilo. Isabella, nossa sergipana aventureira, trocou o calor do Nordeste pelos tremores de Lisboa. Ironia das ironias, trocou sol e segurança por frio e terremoto. Quem manda querer ver o mundo quando o chão insiste em sair debaixo dos pés?

Mas as surpresas não param. Lá no Himalaia, geleiras revelam segredos congelados há séculos, como se o planeta estivesse jogando seu último truque. Cerca de 1.700 vírus foram encontrados, 75% deles inéditos. Parece que o passado está cansado de ser esquecido e resolveu esfregar na nossa cara que ainda tem muito para nos ensinar – ou quem sabe, infectar. Afinal, quem disse que pandemia era coisa do passado?

E, como se não bastassem terremotos e vírus, o céu brasileiro amanhece encoberto por fumaça, uma névoa escura de suspeita e desconfiança. O governo acredita em incêndios criminosos, porque, claro, nada mais brasileiro que uma boa conspiração. Queimadas no Pantanal, na Amazônia, em São Paulo… É fogo que não acaba mais, enquanto a polícia investiga o que todo mundo já suspeita: tem dedo humano nessa destruição. Mas que adianta investigar se, no final, a culpa sempre se evapora com a fumaça?

No campo do futebol, outra partida se encerra, desta vez para o ex-treinador Sven-Göran Eriksson, que perdeu a luta para o câncer. Aos 76 anos, ele nos deixa, enquanto a Inglaterra lamenta o fim de mais um capítulo esportivo. Parece que a vida também tem seu cronômetro, e quando o apito final soa, não há prorrogação.

Lá em Brasília, no Planalto, Lula recebe os atletas olímpicos brasileiros, como quem celebra a vitória em meio ao caos. Bia Souza, William Lima e Augusto Akio estão entre os medalhistas, heróis que agora sobem rampas, não mais de arenas olímpicas, mas do poder. Em tempos onde tudo parece desmoronar – literal e figurativamente – é bom ver que ainda há quem saiba cair e levantar.

E assim seguimos, entre tremores, vírus e fumaças, tentando achar sentido onde o caos parece reger. Talvez, no fundo, sejamos todos maestros sem batuta, tentando compor uma sinfonia enquanto o mundo teima em desafinar.