CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 25 de novembro de 2024
Giro de notícias do dia 25 de novembro de 2024 entre mosquitos, crianças exploradas, julgamentos atrasados, conluios internacionais e tragédias marítimas, o mundo segue girando no show de informação.
As manchetes do dia 25 de novembro de 2024
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Por Antônio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
No vasto teatro da vida, o palco de hoje traz histórias que poderiam ser escritas por um dramaturgo do absurdo. Em Sergipe, três cidades dançam com o Aedes aegypti como parceiros de baile — Simão Dias, Moita Bonita e Itabaiana. Mosquitos transformaram-se em maestros de uma sinfonia de descaso e águas paradas, onde a dengue é o refrão desafinado. Enquanto isso, os 31 municípios em “médio risco” preferem a dança da indiferença, pisando em ovos e esperando que o próximo passo os leve para longe das manchetes. E os “baixo risco”? Esses ensaiam para uma ópera de autossuficiência, como se o inimigo não tivesse asas.
Em Umbaúba, o passado bate à porta com a força de uma tragédia. O caso Genivaldo, um drama de horror com viatura e gás lacrimogêneo como personagens coadjuvantes, ganha um novo ato. Os ex-agentes da PRF, que transformaram o dever de proteger em um espetáculo grotesco, agora enfrentam o júri popular. Que a justiça não seja mais uma peça de ficção, escrita com tinta de impunidade e protagonizada por desfechos previsíveis.
E falando em tragédias, as feiras livres de Aracaju abrigam um espetáculo triste e recorrente: 60 crianças e adolescentes flagrados no trabalho infantil. Essas feiras, que deveriam ser palcos de sustento e dignidade, tornaram-se arenas onde a infância é vendida a preço de banana. Quem as protegerá do peso do mundo? Ou será que continuaremos aplaudindo o espetáculo enquanto os atores principais perdem o brilho nos olhos?
Enquanto isso, Alexandre de Moraes, o xerife do Supremo, prepara um roteiro que parece saído de um filme de conspiração: o indiciamento de Bolsonaro, Braga Netto e outros 35 por tentativa de golpe. A saga do Brasil como país do futuro parece estar mais para roteiro de House of Cards com pitadas de realismo mágico. A Procuradoria-Geral da República terá a caneta na mão para decidir o próximo capítulo. Torçamos para que ela não falhe em pontuar as páginas da história com a devida justiça.
Na França, o Carrefour ensaia um mea-culpa em uma comédia internacional de erros envolvendo o veto à carne do Mercosul. Frigoríficos brasileiros responderam com boicotes locais, transformando os corredores dos supermercados em trincheiras do capitalismo. Quem imaginaria que o corte da picanha se tornaria o símbolo de uma guerra comercial?
Já no Egito, um naufrágio trágico em um iate turístico lembra que o mar, apesar de belo, ainda é cruel. Entre os desaparecidos e os resgatados, a linha entre a vida e a morte se dissolve como uma onda na areia. Mais uma vez, o Mediterrâneo escreve sua história em um diário de águas salgadas e lágrimas.
Entre mosquitos, crianças exploradas, julgamentos atrasados, conluios internacionais e tragédias marítimas, o mundo segue girando. Mas a pergunta persiste: até quando seremos espectadores passivos, aplaudindo as desventuras de um mundo que insiste em naufragar, seja em mares profundos ou em nossa própria indiferença?
Que as cortinas se abram para um futuro onde possamos, enfim, reescrever o roteiro.