Crônica

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 24 de junho de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 24 de junho de 2024
Publicado em 25/06/2024 às 10:59

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 24 de junho de 2024

No grande teatro do absurdo chamado Brasil, o dia 24 de junho de 2024 foi palco de um desfile de notícias que oscilam entre o tragicômico e o surreal. A estreia da Seleção Brasileira na Copa América mais pareceu uma peça de Samuel Beckett, com nossos craques empilhando oportunidades como se fossem a trupe do “Esperando Godot”, mas sem conseguir sair do zero contra a Costa Rica. Fica a dúvida se a meta era marcar gols ou apenas manter a tensão da narrativa.

Enquanto isso, na Universidade Federal de Sergipe, professores e técnicos aguardam assembleias como se fossem profetas esperando um sinal divino para decidir o destino da greve, ou melhor, o fim da greve. A cena lembra um épico bíblico, com os docentes em sua própria travessia do deserto, esperando o maná da negociação coletiva.

No palco lunar, a China fez sua grande entrada como a primeira nação a trazer amostras do lado oculto da Lua, em uma missão que durou 53 dias e mais pareceu um capítulo de “2001: Uma Odisseia no Espaço”. O gigante asiático perfurou o solo lunar com a precisão de um relojoeiro suíço, enquanto nós aqui na Terra continuamos tentando resolver problemas muito mais terrenos, como decidir se jogos de azar merecem um “imposto do pecado”.

A economia argentina, por sua vez, fez sua melhor imitação de um tango melancólico, recuando 5,1% no primeiro trimestre. Sob a batuta de Javier Milei, a recessão técnica é apenas o prelúdio de um longo drama econômico que promete muitas lágrimas e poucas risadas.

Já no campo dos sonhos, a Mega-Sena promete R$ 93 milhões, uma cifra que poderia transformar a vida de qualquer um em um conto de fadas, enquanto o governo tenta incentivar o plantio de arroz com uma proteção de preço digna de um final feliz de novela das seis. E como se não bastasse, no Pantanal, a realidade é bem mais sombria com incêndios devastando mais de 600 mil hectares, transformando o bioma em um cenário apocalíptico.

Em um encontro que poderia ser o clímax de um filme de espionagem, Lula e FHC, antigos adversários, se reuniram para uma conversa digna de um episódio de “House of Cards”. Quem diria que os velhos rivais um dia sentariam à mesma mesa, talvez discutindo planos tão secretos quanto os documentos vazados por Julian Assange. O fundador do WikiLeaks, agora livre, troca a prisão londrina pelas Ilhas Marianas do Norte, em um movimento que mais parece uma jogada de xadrez geopolítico.

No final, o Brasil segue seu caminho, uma nação onde a comédia e a tragédia andam de mãos dadas, e onde cada dia traz uma nova crônica cheia de ironia, humor e um toque de crítica mordaz. Afinal, a vida por aqui nunca é monótona.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira