CRÔNICA

Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 23 de setembro de 2024 e as primeiras notícias do dia 24 de setembro de 2024

Segunda de notícias e manha de terça-feira de notícias

Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 23 de setembro de 2024 e as primeiras notícias do dia 24 de setembro de 2024
Publicado em 24/09/2024 às 12:59

Por Antônio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Era uma manhã de setembro, dessas em que o sol se exibe sem modéstia, querendo ser protagonista em meio ao caos terreno. O céu, querendo mostrar serviço, decidiu nos presentear com um halo solar. Um anel celestial, um abraço de luz em torno do astro-rei, formado por pequenos cristais de gelo que brincavam de caleidoscópio com as cores do arco-íris. Enquanto Sergipe admirava esse fenômeno raro, parecia que o universo tentava nos lembrar que, apesar de tudo, ainda existe beleza para ser contemplada – mesmo que esteja lá em cima, onde a mão humana ainda não alcançou para destruir.

Mas, na terra, o buraco é mais embaixo – literalmente. Aedes aegypti, aquele inquilino indesejado que se multiplica com a ousadia de um fanfarrão em festa, faz dos nossos vasos e garrafas suas piscinas particulares. Sergipe ostenta um preocupante quadro de 38 municípios em risco médio de infestação. É como se o mosquito, com sua picada sutil, dissesse: “Não há halo solar que te proteja, humano, se você não cuidar do seu quintal.”

E enquanto uns lutam contra mosquitos, outros duelam com bits e bytes. Golpes cibernéticos fazem vítimas diárias, e a SSP de Sergipe vira uma espécie de Oráculo Digital, emitindo profecias e conselhos para não cair na armadilha dos novos trapaceiros. Quem diria que o velho malandro, de chapéu e terno branco, daria lugar ao hacker de moletom e capuz, operando com dedos ágeis na escuridão da web?

No grande palco da política – que hoje mais parece um circo de horrores – o debate no Flow, entre gritos e empurrões, virou ringue. Marçal, expulso como aluno levado, e o marqueteiro de Nunes, agredido, nos lembram que, se a palavra é uma arma, o soco é um argumento. O que era para ser um debate virou um espetáculo de ódio, que nem os gladiadores romanos ousariam protagonizar.

No cenário internacional, o Brasil, com Lula ao microfone, voltou a ser o porta-voz do óbvio na ONU. Em seu discurso, condenou a escalada de conflitos em Gaza. O eco das bombas israelenses é sentido por todos, mas ninguém parece ouvir o clamor por justiça. É a punição coletiva de um povo que vive entre escombros e esperança. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, os senhores do mundo debatem como quem discute o preço do café. Sete mortos, quinze feridos – números que aqui são manchetes, lá são apenas estatísticas.

E em meio ao turbilhão de notícias, surge a Operação Integration, que, ao contrário de seu nome, desintegra a imagem dos famosos. Gusttavo Lima, o “Embaixador”, é um dos alvos, e a estrela que brilha nos palcos agora precisa provar sua inocência nas trevas da suspeita. A defesa alega que a decisão é contrária aos fatos, mas é difícil argumentar com algemas.

Nesse cenário, o professor Guilherme Francisco Frederico, da UFPR, brilha como o raro halo solar. Reconhecido entre os 2% melhores cientistas do mundo, ele nos lembra que, apesar das nuvens escuras, ainda há luz que reflete e refrata em meio ao caos. Mas, ironicamente, essa luz não é suficiente para iluminar a sombra que nos envolve.

E assim, navegamos nesse rio de acontecimentos, ora nadando contra a correnteza, ora sendo arrastados pelos redemoinhos da realidade. E enquanto a vida aqui embaixo segue seu curso tortuoso, lá no céu, o halo solar nos observa, como um grande olho que vê, mas não interfere. Talvez ele saiba que, para certos males, nem mesmo a mais bela manifestação da natureza é capaz de trazer cura.