Crônica

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 23 de junho de 2024

23 de junho de 2024 um domingo de muitas notícias : Farpas e Forró: Uma Dança com a Realidade

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 23 de junho de 2024
Publicado em 24/06/2024 às 12:35

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 23 de junho de 2024

Domingo de Farpas e Forró: Uma Dança com a Realidade

Ah, o 23 de junho de 2024. Um domingo tão multifacetado que pareceu um desses cubos mágicos que giramos incessantemente, tentando encontrar sentido nas cores embaralhadas. E que cores, caros leitores, que matizes!

Em Aracaju, o clima festivo do Forró Caju mal conseguia abafar o som agudo das sirenes. Um homem esfaqueou o próprio irmão, e só se entregou após uma intervenção familiar. Aparentemente, até os criminosos têm um espírito junino, deixando para trás o forró e optando por uma quadrilha pessoal e sangrenta. Talvez ele só quisesse mostrar que, mesmo em tempos de festa, não podemos esquecer que o Brasil é um país de contrastes afiados – literalmente.

Ainda na capital sergipana, turistas de todo o Brasil dançavam ao som de sanfonas, zabumbas e triângulos. Ah, a doce ironia de celebrar as tradições enquanto, em outros cantos do país, a economia dança conforme a música do mercado. O governo, pressionado para manter o arcabouço fiscal de pé, avalia cortar gastos. O espetáculo é tão encantador quanto um par de forrozeiros descompassados tentando evitar a queda. “Supersalários no funcionalismo e a previdência dos militares serão os primeiros passos”, dizem eles, como se estivessem anunciando os passos de uma coreografia complexa e perigosa.

Enquanto isso, os professores das universidades federais decidiram encerrar a greve. Com uma proposta de reajuste e reestruturação, aceitaram voltar às aulas, mostrando que até os mais teimosos sabem que às vezes é melhor trocar o batuque da greve pelo compasso da sala de aula. Os técnicos-administrativos ainda mantêm a paralisação, talvez esperando que, se segurarem um pouco mais, a banda toque uma música que agrade a todos.

Na terra dos cangurus, pesquisadores australianos testam tratamentos alternativos para a insônia. Entre óculos iluminados e uma proibição estrita de cochilos, parece que a ciência finalmente decidiu transformar a hora do sono em uma rave silenciosa. Quem sabe a próxima moda será dançar a madrugada toda com óculos de luz, enquanto tentamos não cair no sono.

No Senado, um projeto prevê áreas reservadas para fumantes em locais que exploram jogos de azar. Porque, afinal, se vamos liberar os cassinos, bingos e o jogo do bicho, por que não liberar também um pouco de fumaça? A proposta parece saída de um filme noir, onde os jogadores apostam a sorte sob nuvens de nicotina, em uma dança caótica de cartas e fumaça.

E, como se não bastasse, guerrilheiros colombianos estão usando TikTok para recrutar crianças. Uma triste ironia, onde a plataforma das dancinhas e desafios virou palco de recrutamento para a guerra. É como se o mundo tivesse decidido remixar todas as nossas piores tragédias em uma única faixa viral.

Para coroar o domingo, uma piloto de acrobacias teve que fazer um pouso de emergência após a cobertura de seu avião se abrir em pleno voo. Sem proteção para os olhos, ela realizou a descida com dificuldades para enxergar. Talvez fosse um sinal para todos nós, navegando pelas notícias do dia: mesmo com a visão turva, precisamos manter o controle e pousar em segurança.

E assim, entre farpas e forró, passamos mais um domingo de cores embaralhadas. A dança da vida segue, com seus passos incertos e suas melodias irônicas, enquanto tentamos encontrar o ritmo certo para não tropeçar.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira