CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de julho de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de julho de 2024
Publicado em 22/07/2024 às 23:53

No turbilhão de notícias do dia 22 de julho de 2024, temos uma colcha de retalhos que costura ironias e contrastes. De um lado, um turista da Irlanda do Norte é encontrado morto em um quarto de hotel em Aracaju, o que levanta a pergunta: o que será que ele encontrou nas tranquilas margens da Atalaia que foi tão fatal? Enquanto a Polícia Civil desfia a trama desse mistério, a Associação Brasileira de Indústria e Hotéis em Sergipe prefere o silêncio, como quem esconde a ponta do iceberg sob águas calmas.

E, falando em construir, Aracaju aprova uma lei que promete acelerar a regularização de obras. Parece que a burocracia está finalmente tomando um café mais forte para acordar do seu sono profundo. Mas, não se iludam, não será o suficiente para reparar as tantas outras construções invisíveis, aquelas que não saem do papel e das promessas políticas.

Do outro lado do espectro de segurança, um vídeo mostra um homem invadindo e roubando uma casa enquanto um casal e um bebê dormem tranquilamente. É um lembrete irônico de que a privacidade e a segurança, tão proclamadas em regulamentos e discursos, podem ser tão frágeis quanto um sono tranquilo.

O Banco Central também decidiu dar um passo para trás na corrida digital, impondo limites no PIX para aparelhos novos até que o usuário atualize seu cadastro no banco. É como colocar um cadeado na porta depois que os cavalos já fugiram. Uma tentativa de contenção em um mar de transações rápidas e descentralizadas.

Em Brasília, o governo prevê um rombo de R$ 28,8 bilhões, no limite da meta fiscal. Lula, com a responsabilidade fiscal “nas entranhas”, promete bloqueios no orçamento “sempre que precisar”. É como o capitão de um navio que garante saber a direção enquanto a tripulação questiona se a bússola está funcionando.

Enquanto isso, em um canto mais verde do mundo, pesquisadores em Porto Rico instalam ninhos artificiais para salvar uma espécie de papagaio. É um raro sopro de esperança em um cenário global onde a extinção parece ser mais uma regra do que uma exceção.

E no palco político internacional, Lula se reúne com Tony Blair, talvez discutindo as ironias de lideranças passadas e futuras, enquanto Kamala Harris, em seu primeiro comício como pré-candidata, promete lidar com criminosos, mirando diretamente em Trump. É um jogo de poder onde todos prometem, mas poucos entregam.

Finalmente, a tragédia humanitária em Gaza, onde um ataque israelense deixa dezenas de mortos e feridos. A evacuação ordenada de Khan Yunis, uma zona humanitária, desenha um quadro de desespero e corrida pela sobrevivência. Aqui, a ironia se desfaz em dor pura e crua.

Assim, o mundo segue, costurando suas tramas de ironia, tragédia e esperança, enquanto nós, meros espectadores, tentamos decifrar os padrões dessa colcha de retalhos diária.

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE