CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 19 de julho de 2024
A manhã começava tranquila em Aracaju, até que a rotina se viu interrompida por um espetáculo digno de um filme de ação. Um homem, algemado e tudo, decidiu que não queria apenas um passeio na ambulância, mas uma verdadeira fuga cinematográfica. A audácia do moço fez o trânsito virar um tabuleiro de xadrez, com carros sendo peças desajeitadas, e ele, o rei em xeque-mate, só foi detido após beijar um poste.
Enquanto isso, a capital sergipana preparava-se para um fim de semana culturalmente eclético. De forró ao rock, era como se a cidade quisesse dançar para espantar os fantasmas do caos diário. Um alívio sonoro em meio a tantas notícias desconcertantes.
Mas o mundo parecia estar em um loop de absurdos. Um apagão virtual mostrou como nossa dependência da tecnologia pode nos jogar de volta à Idade das Trevas. Bancos, hospitais e aeroportos, pilares da modernidade, tornaram-se relicários de uma era pré-digital. E lá estavam os cartões de embarque, sendo escritos à mão, como se o tempo tivesse dado um nó em si mesmo.
Em meio a essa bagunça global, Rayssa Leal, com seus meros 16 anos, surge como um sopro de esperança e determinação. A jovem skatista busca sua segunda medalha olímpica, carregando consigo um treinador que é mais que família. Enquanto a juventude mostra força no esporte, Bangladesh vive a tragédia dos protestos violentos, onde estudantes, em uma onda de desespero, invadiram prisões e libertaram centenas de detentos.
O Amazonas, por sua vez, sofre com a seca. Vinte cidades estão em emergência, um cenário que parece repetir-se ano após ano, enquanto as previsões de uma estiagem severa trazem preocupações sombrias. A seca parece ser uma metáfora cruel para a aridez de soluções concretas.
Em São Paulo, o Pacaembu vê suas obras paralisadas por questões de segurança. A reforma, antes vista como um renascimento do icônico estádio, agora parece uma novela de capítulos tristes e violentos, com operários em brigas e irregularidades que mancham o projeto.
No cenário econômico, o ex-diretor da IFI alerta para um bloqueio de R$ 15 bilhões no Orçamento, insuficiente para tapar os buracos fiscais que se avolumam. O dólar sobe, o Ibovespa cai, e o futuro econômico do país parece um barco à deriva.
E, como se a política americana não pudesse ficar mais surreal, Joe Biden anuncia que está pronto para retomar sua campanha. Em meio a rumores de desistência, a promessa de derrotar Donald Trump soa como um déjà-vu de promessas repetidas, enquanto o teatro político continua a encenar suas tragédias e comédias.
Assim, o dia 19 de julho de 2024 se desenrola como um mosaico de desventuras humanas, onde a ironia e o absurdo se encontram na esquina da realidade, lembrando-nos que, no palco da vida, a imprevisibilidade é a única certeza.
Por Antonio Glauber Santana Ferreira