CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 18 de outubro de 2024
O café brasileiro voa para terra chinesas, a Justiça anda com um pé só , uma anta nos ensina sobre amor essas dentre outras notícias do dia 18 de outubro de 2024.
As notícias do dia 18 de outubro de 2024
Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
Quando o tempo resolve costurar o futuro com linhas irônicas, a gente olha para o hoje e se pergunta se está em uma peça de comédia ou tragédia. O Ministério Público de Sergipe, por exemplo, parece ter decidido que a vida anda tão simples, que uma lista com um nome só basta. Nilzir Soares, um nome que ecoa nas paredes da Justiça, e mais ninguém ao lado. Como se a democracia tivesse tirado um cochilo, deixando apenas um papel rabiscado. Eleição com um único candidato é como um jogo de xadrez onde só tem o rei no tabuleiro — já sabemos quem vai ganhar, mas o xeque-mate parece vir sem emoção.
Enquanto isso, nas ruas de Propriá, os agentes de trânsito resolveram que o autoritarismo também tem lugar nas esquinas. Abordagem truculenta, afastamento, e lá vamos nós, mais uma vez, refletir sobre o poder que deveria organizar, mas prefere oprimir. A cidade pequena ganha manchetes de truculência, e a gente se pergunta: quem está dirigindo essa carruagem? Porque parece que o freio quebrou e o respeito foi jogado pela janela.
Por falar em surpresas, o gigante asiático — a China — decidiu que não quer mais ser o país do chá. Agora, é o café que aquece as manhãs dos jovens chineses. E quem pega carona nessa xícara quente? O Brasil, claro. De repente, nosso café está voando para o outro lado do mundo, talvez até literalmente, com drones fazendo entregas. O grão brasileiro surfando na “hype” chinesa é quase uma metáfora de nossa economia: ora amarga, ora doce, mas sempre com uma pitada de incerteza no fundo da xícara.
E por falar em economia, a China, que gosta de números gordos, resolveu colocar o PIB para malhar e alcançar os 5%. Só que o personal trainer é um pacote econômico colossal. O problema? O mercado imobiliário chinês anda com as pernas bambas e o consumo das famílias não sai da cama. Se a China conseguir alcançar esses 5%, será mais por milagre do que por treino. E o Brasil, que gosta de dançar conforme a música internacional, precisa ficar atento, pois qualquer tropeço lá do outro lado pode virar um samba doido por aqui.
Mas não é só na China que a coisa está confusa. Aqui no Brasil, o STF resolveu analisar se os exames médicos das Forças Armadas para mulheres têm uma dose de discriminação. Checar mamas e genitais parece ter caído no limbo entre o necessário e o invasivo. O debate é sério e vai além da medicina: trata-se de respeito e igualdade, temas que, ironicamente, ainda precisam ser levados ao tribunal.
E falando em confusões familiares, o governador do Maranhão viu sua árvore genealógica podada pelo STF. Nepotismo, a velha prática de transformar o governo em uma festa de família, sofreu mais um golpe. Parentes nomeados? Fora! Parece até que a lição de moral veio direto de uma novela das seis, onde o vilão sempre acha que pode tudo, até que o destino resolve bater à porta.
Em meio a tanta tensão, vem uma história de cortar o coração. Lá no Amapá, uma mulher chorou ao devolver sua anta Fred para a natureza. Durante três anos, o animal foi seu companheiro, um bicho de estimação incomum, mas cheio de ternura. Quando Fred teve que voltar para a floresta, foi como se uma parte dela também tivesse sido libertada. Talvez seja isso que precisamos aprender: às vezes, soltar o que amamos é o maior ato de amor.
Por fim, na distante Carolina do Norte, ainda lambendo as feridas do furacão Helene, o povo já se move. Recorde de votação antecipada, como se a tempestade tivesse acordado o espírito cívico dos americanos. Lá, o furacão quebrou árvores, mas não quebrou a vontade de decidir o futuro. Quem dera todos os furacões despertassem esse tipo de consciência!
E assim seguimos, navegando por essas águas turvas de uma sexta-feira cheia de ironias, onde o café voa, a Justiça anda com um pé só e uma anta nos ensina mais sobre amor do que muita gente no poder.