CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 18 de agosto de 2024

Um domingo de despedida , concurso , emoções.

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 18 de agosto de 2024
Publicado em 18/08/2024 às 23:38

As notícias do dia 18 de agosto de 2024

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE

O domingo amanheceu com um tom de prova. Era como se o Brasil tivesse se transformado em um grande quadro negro, onde a caneta azul, a temida e austera, ganhava o protagonismo. Lá estavam eles, os milhões de sonhadores, caminhando pelas ruas, cada qual com sua esperança de corrigir, com uma resposta certa, o rumo de suas vidas. E assim, o “Enem dos concursos” virou o novo hino nacional, uma orquestra de mentes ansiosas, em busca de notas que não desafinem seus futuros.

Enquanto isso, o Confiança, o time do povo, desenhou na tarde uma poesia diferente, a do alívio. Num campo onde as esperanças já estavam amarelando, ressurgiu o azul da fé, e com um gol bem colocado, a Série C se manteve na rota. Parece que até os deuses do futebol resolveram dar uma pausa nos testes de resistência emocional.

A Olímpica Duda, medalhista de ouro reluzente, foi a estrela em São Cristóvão. Em um carro de bombeiros que mais parecia uma carruagem de contos de fadas, desfilou entre aplausos e sorrisos. Lá estava ela, a rainha do vôlei de praia, com uma coroa de suor e areia, mostrando que para ser majestade não é preciso título de nobreza, basta lutar com o coração.

Enquanto no interior paulista, um médico revelava seus talentos ocultos. Não, ele não curava doenças ou salvava vidas. Seu bisturi era a caneta, cortando e remendando documentos, transformando hectares de terra em uma extensão de sua ganância. Quem diria, um homem de jaleco branco, nascido para cuidar, se tornaria um senhor feudal de um pedaço da Amazônia.

Na Ucrânia, Zelensky brincava de xadrez com fronteiras, movendo suas peças para tentar impedir que os peões russos avançassem. Sua estratégia? Criar uma zona-tampão. Talvez ele tenha se inspirado no famoso “muro invisível” que alguns líderes tentam construir em tempos de guerra. Quem sabe, em vez de tijolos e cimento, a resposta seja uma zona imaginária que, de tão forte, impede até os ventos de passarem.

E do outro lado do Atlântico, Kamala e Trump trocavam farpas em pesquisas. Parece que a corrida pela Casa Branca virou um sprint final entre dois maratonistas exaustos. Com 49% das intenções de voto, Kamala ainda lidera por uma respiração ofegante, enquanto Trump, com seus 45%, parece estar contando os metros para um último fôlego que pode ou não chegar.

Por fim, Silvio Santos, o imortal da televisão brasileira, teve seu último show. Desta vez, sem câmeras ou plateia, foi enterrado com a simplicidade dos grandes em um cemitério judaico. Silvio, que por tantas vezes disse “quem quer dinheiro?”, agora descansa em paz, sem precisar dar mais troco para os percalços da vida.

E assim termina este domingo, onde o Brasil mais uma vez fez de si mesmo um grande palco de emoções, conquistas, fraudes e despedidas. Porque, no fim das contas, a vida nada mais é do que um grande vestibular, onde cada dia é uma prova diferente. Alguns passam, outros precisam refazer a lição.