CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 15 de setembro de 2024

Cestas básicas que caem de preço, debates que sobem de tom e tragédias naturais que nos lembram da nossa vulnerabilidade.

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 15 de setembro de 2024
Publicado em 16/09/2024 às 5:47

As notícias do dia 15 de setembro de 2024

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Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Ah, o Brasil! Um país onde o pão pode até ser caro, mas ao menos o preço da cesta básica resolveu dar uma respirada. Diminuiu 1,50% em Aracaju, como se fosse uma gota d’água no oceano de contas atrasadas. Sabe aquele suspiro que você dá quando encontra uma moeda no bolso da calça velha? Pois é, foi esse o sentimento de quem vive da luta diária para manter o feijão na mesa e o arroz no prato. Mas, cá entre nós, essa queda tímida é como tapar o sol com a peneira. No fundo, sabemos que, enquanto um lado desce, outro sobe em disparada, como uma gangorra que nunca nos deixa tocar o céu.

Enquanto isso, no mundo dos debates políticos, o circo pegou fogo! Não literalmente, claro, mas se dependesse de Datena, a lona já estava em chamas. A cena foi digna de um roteiro de comédia pastelão: O canalha Pablo Marçal, com a sutileza de um elefante, perguntou ao veterano quando ele deixaria de lado as “palhaçadas”. O Datena, com seu jeitinho nada manso, preferiu responder a agressão verbal na base da agressão física. A agressão aconteceu durante o debate da TV Cultura, na noite deste domingo (15). E lá se foi o bom senso pela janela, voando como uma pluma em ventania. Debates políticos por aqui são como aquelas lutas livres de antigamente – muito show, pouca substância. No fim, fica a pergunta: quem ganha com essa troca de golpes? Nós, os espectadores? Ou será que já estamos anestesiados demais para sentir qualquer impacto?

Mas nem só de socos (e tapas) vive o noticiário. No Rock in Rio, o passado e o presente se encontraram no palco, como dois velhos amigos que decidem relembrar os bons tempos. Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho tocaram não apenas suas músicas, mas as nossas memórias. E, de brinde, ainda ganhamos uma música inédita de Cazuza. Era como se ele, lá de onde quer que esteja, nos enviasse um lembrete: a arte é eterna, e o tempo? Ah, o tempo é apenas uma questão de perspectiva.

Falando em calor, o Brasil não é o único a sentir o fogo. Lá nos gabinetes do poder, o ministro Dino decretou emergência climática para tentar conter os incêndios que devoram nossas florestas. É como aquele bombeiro correndo atrás do incêndio que ele não conseguiu evitar. Mas quem acendeu a faísca? Essa é a pergunta que continua pairando no ar, junto com a fumaça.

E, do outro lado do mundo, enquanto a terra tremia no Canadá, a natureza mostrava mais uma vez sua força implacável em Mianmar, onde o tufão Yagi deixou um rastro de destruição. Mais de 100 mortos, centenas de milhares de desabrigados, e a sensação de que, por mais que tentemos, ainda somos pequenos diante da fúria dos ventos e das águas. O mundo, em sua eterna dança de caos, nos lembra de nossa fragilidade – como folhas ao vento, somos levados por forças muito maiores do que imaginamos.

E, como se já não bastasse, nos EUA, tiros foram disparados perto de Trump, mais uma tentativa de tirá-lo do palco. O ex-presidente, como um personagem que não aceita sair de cena, continua sob os holofotes, desta vez como alvo. Seria o destino brincando de roleta russa com a política americana?

E assim seguimos, entre cestas básicas que caem de preço, debates que sobem de tom e tragédias que nos lembram da nossa vulnerabilidade. No fim das contas, a vida é esse emaranhado de emoções e eventos, onde, entre tapas e beijos, seguimos em frente – cambaleantes, mas firmes.