CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 14 de outubro de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 14 de outubro de 2024
Publicado em 15/10/2024 às 15:49

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Há dias em que o mundo parece uma lousa mal apagada, rabiscada com dramas, ironias e mistérios que desafiam até os professores mais experientes. Hoje, o quadro está particularmente carregado.

Comecemos pelo PIS-Pasep, onde R$ 228 milhões dormem no cofre como um tesouro esquecido. O trabalhador, cansado de esperar por reconhecimento, agora precisa jogar uma caça ao tesouro com o governo. Se fosse um filme de aventura, talvez Indiana Jones se oferecesse para ajudar a resgatar esse abono perdido. Mas na vida real, o trabalhador é o herói sem glória, lutando por migalhas, enquanto tenta equilibrar o mês entre boletos e sonhos.

Falando em heróis sem glória, em Nossa Senhora das Dores, a violência invadiu o recinto sagrado da educação. Um professor, que deveria estar cuidando de mentes, foi atropelado por outro que já havia se afastado do tablado. Trágico, não? Como se a sala de aula tivesse se transformado em uma arena, onde o giz virou arma e a pedagogia, um duelo de egos. E eu, que pensava que as maiores batalhas se davam nas provas de final de ano.

Lá fora, no espaço, a NASA, como um poeta curioso, lança sua sonda em direção à lua de Júpiter, em busca de vida. Vida! Essa palavra que por aqui parece cada vez mais desvalorizada. Enquanto exploramos o cosmos, nos esquecemos de cuidar do básico na Terra. Será que vão encontrar uma civilização mais justa por lá? Quem sabe, uma que pague abonos sem burocracia, que trate seus professores como mestres e não como alvos.

Mas de volta à nossa atmosfera, a CGU resolve investigar a Aneel, que nos proporciona apagões dignos de noites medievais em pleno século XXI. Lembro-me dos tempos de velas, quando a falta de luz era um pretexto para a conversa em família. Hoje, os apagões só acendem uma luz de alerta: até quando seremos reféns da incompetência?

A cereja desse bolo indigesto é a tentativa do Congresso de derrubar decisões do Supremo. Parece até que o baralho democrático virou jogo de cartas marcadas. PEC aqui, PEC ali… O STF, que deveria ser o guardião da Constituição, agora precisa se defender como se estivesse numa partida de xadrez político onde o cheque-mate ameaça vir de qualquer lado.

E lá em Nova York, os manifestantes em defesa da Palestina são presos enquanto levantam a voz contra o apoio aos ataques em Gaza. O silêncio que se tenta impor a esses protestos ecoa tão alto quanto o barulho dos conflitos. O que mais precisa ser sacrificado antes que a paz se torne mais do que um sonho distante? Será que, como nas histórias em quadrinhos, só um super-herói seria capaz de salvar o dia?

No fim, caro leitor, o dia 14 de outubro de 2024 parece mais uma daquelas histórias mal contadas, cheias de suspense, ironias e reviravoltas. O planeta gira, e nós seguimos aqui, tentando entender como um abono pode se perder, como um professor se transforma em vítima, enquanto a NASA procura vida em Júpiter e, por aqui, lutamos para não perder a nossa.