CRÔNICA
Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 13 de novembro de 2024
Explosões, Mosquitos e Sonhos Acumulados: O Brasil e o Mundo em Chamas.
O desfile das notícias do dia 13 de novembro de 2024
Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
Era uma quarta-feira como outra qualquer, mas, como sempre, o roteiro da vida parecia uma peça de teatro escrita por um dramaturgo com tendências explosivas. O cenário? A Praça dos Três Poderes, transformada em um espetáculo de luzes e terror. Um homem, talvez um artista incompreendido ou apenas mais uma alma perdida nas avenidas do absurdo, decidiu encerrar seu ato final acionando um artefato explosivo em frente ao STF. Com o cenário armado, o show durou míseros 20 segundos, mas as reverberações ecoaram como uma ópera trágica pelas avenidas da capital. O teatro do absurdo é, ao que parece, o gênero favorito da República.
Enquanto Brasília detona em fragmentos de desespero, Aracaju, no nordeste, celebra uma vitória curiosa: o extermínio do Aedes aegypti! Há quem diga que o prefeito, numa atitude digna de uma saga heroica, empunhou o inseticida como um cavaleiro da Idade Média que enfrenta dragões invisíveis. O combate ao mosquito, um épico que se estendeu por 21 anos, finalmente encontrou seu desfecho. Que alívio para os aracajuanos, que podem enfim dormir em paz, sem serem sugados por vampiros minúsculos, que mais pareciam fazer parte de uma conspiração global para manter o SUS em constante agitação.
Mas nem só de mosquitos e explosões vive o noticiário. Na Argentina, os ventos da economia sopram como uma tempestade em plena Pampas. Com uma inflação digna de quebrar calculadoras, o país lança a nova nota de 20 mil pesos, uma cédula que parece mais uma peça de um jogo de tabuleiro perdido no tempo. Em terras onde o dinheiro vale menos que um suspiro no vento, a esperança é um artigo raro. Será que os hermanos conseguirão comprar ao menos um pacote de erva-mate com essa nova fortuna de papel?
E falando em fortuna, a Mega-Sena decidiu se manter em um celibato financeiro. O prêmio, como um amante infiel, prometeu, piscou, mas não se entregou. O sortudo que sonhava com milhões terá que esperar mais um pouco, enquanto o pote de ouro vai crescendo no horizonte como uma miragem sedutora em um deserto de boletos. Ah, o brasileiro e sua fé inabalável no milagre das seis dezenas!
Enquanto isso, nas alturas mais elevadas, um vulcão na Indonésia decidiu fazer um protesto artístico, cuspindo cinzas como se fosse um grafiteiro rebelde desenhando nas nuvens. Os turistas que planejavam selfies ensolaradas em Bali tiveram que adiar seus sonhos de paraíso, engolidos por nuvens de cinzas que transformaram o céu azul em uma tela de carvão. A natureza, mais uma vez, mostrou que é ela quem comanda o espetáculo, enquanto nós, meros espectadores, ficamos à mercê de suas imprevisíveis explosões de arte.
Do outro lado do planeta, Elon Musk, o mestre das engrenagens e do Twitter caótico, foi convocado para um novo desafio: cortar trilhões de dólares do orçamento dos EUA. O bilionário, agora transformado em um mago das finanças públicas, promete simplificar a burocracia como quem corta a gordura de um churrasco bem passado. Mas será que ele conseguirá transformar o labirinto governamental em uma linha reta, ou será mais um a se perder nos corredores infinitos do poder?
E para encerrar este turbilhão de notícias, retornamos ao Brasil, onde o STF, aquele palco de decisões monumentais e pequenas querelas, agora analisa se é justo impedir que os pobres apostem seu mísero Bolsa-Família em sonhos de riqueza. Afinal, o que é mais brasileiro do que a esperança de que a sorte vai bater à porta de quem não tem nem porta? Entre um palpite na loteria e uma cartela de bingo, resta-nos torcer para que o dinheiro público não vire fichas de cassino, enquanto a roleta da justiça gira sem parar.
E assim segue o nosso país, num eterno balé de contrastes: enquanto uns explodem em frente ao Supremo, outros acendem luzes de Natal na Praia Formosa. Entre o estopim de um artefato e o brilho das luzinhas, o Brasil vai dançando, tropeçando, mas sempre com um sorriso irônico no rosto. Afinal, viver por aqui é um jogo de azar onde a cartela nunca está completa, mas a esperança… ah, essa é sempre a última que explodirá.