CRÔNICA

Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 12 de novembro de 2024

Dia 12 de novembro nas páginas da vida .

Crônica do Professor Antônio Glauber sobre as notícias do dia 12 de novembro de 2024
Publicado em 13/11/2024 às 13:37

As notícias do dia 12 de novembro de 2024


Por Antônio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Ah, o 12 de novembro de 2024! Data em que o relógio do mundo parecia girar em círculos, sem qualquer pressa de avançar. As manchetes estouravam como pipoca em um fogão aquecido, mas o sabor das notícias tinha um quê de amargor.

Enquanto Edvaldo assina o decreto de congelamento do IPTU para 2025, muitos comemoraram como quem acha uma nota de cinquenta no bolso da calça esquecida. Mas, cuidado, meu povo! Pois, no país do Carnaval, sabemos que todo presente vem acompanhado de um bloco de notas fiscais invisíveis. Será mesmo que o prefeito está apenas nos poupando de um reajuste inflacionário ou está tocando um frevo para desviar nossos olhos do custo real de sobreviver numa terra onde o feijão é vendido a preço de ouro?

No comércio de Sergipe, a expectativa do 13º rodopia como uma criança diante de um parque de diversões. Lojas esperam que os clientes gastem como se o amanhã não existisse. Mas o brasileiro, que já é mestre em malabarismos financeiros, sabe que o 13º vem como um balde de água para apagar incêndios, e não para acender fogos de artifício. É trocar a lâmpada que queimou, o pneu que furou, pagar aquela dívida que fez aniversário… E, quem sabe, sobrar uns trocados para o churrasco de fim de ano. Ah, os sonhos do consumo! Mal sabem eles que andam de mãos dadas com a realidade crua.

Enquanto isso, em Brasília, a Esplanada dos Ministérios parece um mercado persa, onde negociam-se bilhões como quem barganha um tapete. O Ministério da Defesa, com seu orçamento parrudo de R$ 133,6 bilhões, segura firme o escudo enquanto o resto do país veste armadura de papelão para enfrentar o custo de vida. Em um país onde falta dinheiro para saúde e educação, a Defesa brilha como um cavaleiro medieval, mas, quem sabe, o inimigo que mais precisamos vencer está aqui mesmo, nas calçadas esburacadas e nas escolas sem professores.

O dólar, esse senhor de terno e gravata, fechou o dia estacionado nos R$ 5,76, como um ônibus lotado que não sai do ponto. Enquanto o Ibovespa desce um degrau no escorregador dos índices, os economistas tentam prever o futuro como adivinhos de esquina, mas o Brasil continua uma montanha-russa com um trilho que ninguém sabe onde termina.

Na Câmara, cães de assistência ganharam mais espaço nos transportes públicos. Se nossos políticos seguissem o exemplo desses amigos de quatro patas, talvez tivessem mais empatia e menos ganância. Um cão de assistência guia com fidelidade, enquanto alguns deputados, bom… Eles apenas guiam seus interesses.

Falando em interesses, o Senado finalmente instalou a CPI das Bets, na tentativa de desatar o nó cego que liga sites de apostas e lavagem de dinheiro. É a caça ao tesouro, onde o mapa é um labirinto de cifrões. Enquanto isso, nas esquinas do Brasil, os jogadores continuam apertando botões em busca de sorte, mas, no fim, é a banca que sempre ganha. Quem diria? Até as apostas aprenderam com os políticos: prometem mundos e fundos, mas entregam só o boleto.

Enquanto a COP28 tenta apagar incêndios com discursos eco-friendly, as emissões de CO₂ seguem subindo como um balão de festa sem controle. Afinal, falar é fácil, mas plantar árvores e fechar torneiras é uma arte que poucos dominam. No Brasil, discutir a regulação do mercado de carbono é como tentar fazer dieta em meio à ceia de Natal — muitos planos, poucas ações.

Lá no Oriente Médio, os bombardeios seguem ensurdecedores. A guerra se desdobra como uma peça de teatro macabro, onde o preço do ingresso é pago com vidas. E enquanto bombas caem em Beirute, o mundo assiste de camarote, com a mesma indiferença de quem troca de canal para ver o último episódio da série do momento.

Nos Estados Unidos, Jack Teixeira, o vazador de segredos, agora é hóspede do sistema prisional por longos 15 anos. Publicar segredos virou crime, mas esconder verdades continua sendo política de Estado. E assim, a cortina se fecha sobre um palco onde as leis têm duas faces: a que aparece nos livros e a que se revela nas sombras.

Por fim, lá no alto do céu, a turbulência resolveu fazer uma aparição num voo da Lufthansa. Onze feridos e muita bagunça a bordo, mas nada que comprometa a segurança, dizem os especialistas. Assim como o Brasil, esse voo segue sacolejando, mas garantem que vamos aterrissar em segurança… Só não dizem em que aeroporto.

E assim termina mais um dia neste nosso país tropical, onde a realidade, ao invés de ser encarada, é dançada num passo de samba. Mas cuidado! Pois enquanto giramos na roda-viva das manchetes, a banda pode parar de tocar, e só nos restará a conta para pagar.