CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 12 de agosto de 2024
O dia pós- término das olimpíadas
As notícias do dia 12 de agosto de 2024
Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
O dia 12 de agosto de 2024 parecia ter sido escrito por um roteirista que adora brincar com o absurdo. Imagine, se você puder, um Estado onde os cidadãos são encorajados a denunciar mentiras por telefone, mas, ao mesmo tempo, têm que correr para conseguir um emprego em um sistema que ainda vive no século passado, com filas e mais filas. A ironia é doce: combate-se as fake news com um toque de modernidade, mas para ganhar o pão de cada dia, a solução ainda é “presencial”.
Enquanto isso, nas estradas de Sergipe, o que deveria ser a norma tornou-se exceção. Motoristas sem habilitação proliferam como ervas daninhas, e a PRF, em um tom quase surpreso, revela um aumento de 800% nos flagrantes. Parece que dirigir sem carteira se tornou o novo esporte local – sem medalhas, mas com muitas multas.
E falando em medalhas, o Brasil volta de Paris 2024 com o total de 20 medalhas com um desempenho tão discreto que até o eco do hino nacional quase se perdeu nas arquibancadas. Se não fosse pelo brilho das mulheres, teríamos voltado com as mãos tão vazias de medalhas de ouro quanto a cesta básica de muitos lares. Três ouros e uma lição: no palco olímpico, quem tem feito o Brasil brilhar são elas.
Enquanto isso, nas sombras de um presídio, a criatividade dos detentos alcançou novas alturas – ou profundidades, dependendo do ponto de vista. Um preso, decidido a inovar, tenta entrar no presídio com celulares escondidos em uma cadeira de rodas. A esperteza, no entanto, foi desmascarada por um scanner, a prova de que até as ideias mais engenhosas podem ser desmontadas com um simples raio-X.
E, por fim, no grande tabuleiro do Oriente Médio, um acordo de cessar-fogo aparece como uma pausa no xadrez de guerra, uma brecha que pode atrasar o próximo movimento do Irã. Mas como em qualquer partida, as peças continuam a se mover, e as exigências se multiplicam. Entre pedidos e retaliações, o silêncio é apenas a pausa entre um e outro estouro.
Assim foi o dia, um mosaico de ironias e metáforas vivas, onde o absurdo e o cotidiano se misturam, mostrando que, por mais que tentemos, o inesperado sempre nos surpreende.