CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 10 de agosto de 2024

Dia de prata e bronze para o Brasil nas olimpíadas de Paris 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 10 de agosto de 2024
Publicado em 10/08/2024 às 16:02

As notícias do dia 10 de agosto de 2024

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE

No palco do grande teatro da vida, o espetáculo de hoje, 10 de agosto de 2024, trouxe um roteiro repleto de cenas tragicômicas, metáforas encenadas por personagens que transitaram entre o sublime e o mundano.

Primeiro ato: um caminhão tomba em Estância, e de seu ventre metálico escapam caixas de biscoitos, como se fossem confetes lançados ao vento em um desfile fora de época. E não é que a plateia correu para garantir seu quinhão desse inesperado carnaval? Um homem, coitado, foi apanhado em flagrante, com as mãos na massa—ou melhor, nos biscoitos. Em tempos de inflação alta, até um biscoito que rola na estrada parece tentador. E aí está a ironia: o pobre não conseguiu se fartar com o bolo da economia, mas ao menos tentou se adoçar com o que sobrou do caminhão tombado.

Enquanto isso, a UFS abriu suas portas, como uma mãe acolhedora, para receber novos filhos que, vindos de outras terras acadêmicas, buscam uma nova casa. Setecentas vagas, distribuídas como fatias de um bolo que promete conhecimento, para os campi de São Cristóvão, Aracaju, Itabaiana e Laranjeiras. Quem diria que, em meio ao caos e à confusão das estradas, ainda há quem procure sabedoria e se aventure pelos caminhos tortuosos da transferência externa?

Já em Itaporanga D’Ajuda, a história parece um capítulo de uma novela em que três mulheres e um homem, como bandidos em um faroeste moderno, foram pegos furtando produtos de beleza e roupas íntimas. A moral da história? Em tempos de crise, nem a vaidade e a lingerie escapam da cobiça alheia.

No cenário internacional, o Brasil, terra do futebol e do samba, viu o vôlei fazer sua dança nas quadras de Paris, mas não sem tropeços. A prata veio com o gosto agridoce da despedida de Marta, a rainha do futebol, que se despediu das Olimpíadas com seu terceiro pódio. E se a prata teve seu brilho, o bronze no vôlei trouxe um consolo, mantendo a escrita de mais de 30 anos no pódio olímpico. Quem disse que a vida é feita apenas de ouros? Às vezes, é preciso aprender a valorizar os tons mais modestos.

E, no meio de todo esse burburinho, o Presidente Lula se reuniu com lideranças indígenas para discutir conflitos no Mato Grosso do Sul. A reunião, como um antigo conselho tribal, buscou soluções para disputas que, assim como as cenas do dia, misturam o trágico e o necessário. A terra, que deveria ser mãe de todos, vira motivo de discórdia entre seus filhos.

Enquanto isso, na Romênia, um recurso bem-sucedido trocou o bronze entre atletas como quem troca cartas em um jogo de azar. Jordan Chiles, que outrora ovacionou Rebeca, viu seu brilho ser eclipsado pela decisão da Corte Arbitral do Esporte. A medalha mudou de mãos, lembrando-nos de que, no jogo da vida, às vezes, a vitória escapa por um detalhe jurídico.

Por fim, na última cena, Maduro ensaia uma conversa com Lula e os líderes da Colômbia e México. Nessa trama política, as palavras prometem ser tão afiadas quanto as lâminas de um duelo antigo. Quem sabe o que sairá desse encontro de titãs latino-americanos?

E assim, o espetáculo da vida segue, com seus atos de humor, ironia e metáforas, lembrando-nos de que, em um mundo cheio de biscoitos, pratas e bronzes, é preciso saber rir para não chorar. E quem diria que, no fim das contas, o biscoito que se espalha na estrada tem tanto a nos ensinar sobre a comédia humana?