CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 09 de novembro de 2024
Manchetes do 9º dia de novembro de 2024
As notícias do dia 09 de novembro de 2024
Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
Era um daqueles sábados de novembro em que o sol brilha como se tivesse tomado doses cavalares de energia, decidido a não dar descanso para ninguém. A Orla da Atalaia virou palco de uma celebração digna de Dionísio. O Pré-Caju fervia, e Aracaju se transformava em um caldeirão efervescente, onde o suor dos foliões parecia derreter até as pedras portuguesas. Era como se a cidade inteira estivesse de dieta, perdendo calorias no ritmo do axé. Quem disse que felicidade não queima calorias nunca desceu para um bloco no Pré-Caju!
Mas, enquanto uns se perdiam na folia, outros tinham que se concentrar em fórmulas de física e logaritmos. O ENEM chegava como aquele professor severo que aparece para lembrar que, após a festa, vem a dura realidade das provas. Ah, os estudantes! Esses guerreiros modernos, empunhando suas canetas como se fossem espadas contra os dragões da matemática. Pelo menos, desta vez, Aracaju teve a sensatez de abrir as catracas dos ônibus para os jovens gladiadores. Que alívio! Afinal, não há fórmula de Bhaskara que se resolva com o bolso vazio.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, a polícia, que também não folga nem no Pré-Caju, fez uma abordagem digna de filme de ação. Um homem foi pego com mais cartões de crédito que um caixa eletrônico em fim de semana prolongado. E junto ao “kit banqueiro de luxo”, vinha um cardápio completo: maconha, pistola e balança de precisão. Parece que o nosso vilão resolveu diversificar os investimentos. Só faltou incluir no combo uma cartela da Mega-Sena, quem sabe, ele tentaria a sorte ao invés de viver do azar dos outros.
Falando em sorte, o Paraná, ah, o Paraná! Terra de apostadores que, aparentemente, têm um radar infalível para números premiados. Quatorze apostas acertaram cinco números da Mega-Sena, e a chuva de dinheiro caiu como uma bênção sobre os felizardos. Mas não nos iludamos, o prêmio principal foi para outro estado. E assim, a esperança segue, flutuando nas águas turbulentas das loterias, que, convenhamos, é como apostar todas as fichas num romance à distância.
Enquanto alguns tentam se refazer das folias, outros tentam se refazer de tombos domésticos. Lula, nosso presidente acidentado, foi liberado pelos médicos para voltar a viajar. Parece que o Planalto é mais traiçoeiro que qualquer pista de dança do Pré-Caju. Mas agora que ele pode retomar suas andanças, quem sabe, encontre a cura não só para os ossos, mas para os percalços que ainda insistem em quebrar o Brasil.
Enquanto Lula volta aos trilhos, o ex-presidente Collor tenta escapar da locomotiva da justiça. O STF resolveu reiniciar o julgamento de seu recurso, como quem volta atrás na fila do supermercado porque esqueceu o leite. Ah, Collor, quem diria, ainda nos rendendo capítulos desse seriado jurídico que parece não ter fim! No tribunal, os ministros mais parecem jurados de um reality show, decidindo se ele fica ou sai. Só falta o “parem as máquinas!”
Lá fora, no mundo que não se distrai com blocos de carnaval, a Espanha chora suas perdas. Valência, a cidade das laranjas doces, agora amarga as consequências de uma enchente histórica. O saldo? Mais de duas centenas de vidas levadas por águas impiedosas. Como é irônico pensar que enquanto nós festejamos, outros mal têm tempo de enxugar suas lágrimas. Valência se tornou uma lição viva de que a natureza não perdoa nossos excessos. Um lembrete para Aracaju, que, em seus dias de festa, nem sempre se lembra que as águas, aqui também, já ameaçaram transbordar.
E por falar em natureza, que tal levar um pedacinho dela para casa? Na Itália, empresários visionários decidiram engarrafar o frescor do Lago de Como em latas. Isso mesmo, ar enlatado! Para os turistas que querem um souvenir que não cabe na bagagem, mas que cabe nos pulmões. Ah, que tempos são esses, onde o ar puro virou artigo de luxo! Quem sabe, daqui a pouco, começamos a envasar o vento do Pré-Caju — talvez com um leve toque de suor, cachaça e purpurina. Afinal, o cheiro da folia também tem seu valor.
E assim termina mais um dia de manchetes, um dia de ironias e contrastes. Onde o barulho da festa ecoa ao lado do lamento dos que perderam tudo. Onde a esperança de uns é o desespero de outros. E nós, seguimos navegando nesse oceano de notícias, tentando, quem sabe, encontrar uma ilha de sensatez no meio desse mar de contradições.
Até a próxima, quando mais metáforas, ironias e pitadas de humor surgirem desse nosso cotidiano tão brasileiro e, ao mesmo tempo, tão surreal.
Saudações do amigo,
Antonio Glauber Santana Ferreira