CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 09 de agosto de 2024

Dia 09 de agosto de 2024 um dia de alegrias olímpicas para o Brasil e de tristeza por causa de uma tragédia aérea.

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 09 de agosto de 2024
Publicado em 10/08/2024 às 7:33

As notícias do histórico dia 09 de agosto de 2024

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE

No palco da história, a sexta-feira, 9 de agosto de 2024, encenou uma peça de emoções contraditórias, onde o Brasil, entre sorrisos e lágrimas, protagonizou uma jornada que ecoará por muito tempo.

Nas arenas olímpicas de Paris, o Brasil brilhou como o Sol que atravessa nuvens escuras, trazendo o alívio de um dia quente após a tempestade. Isaquias Queiroz, qual navegante experiente, conduziu sua canoa com a destreza de quem conhece os segredos do rio. Em uma arrancada que poderia muito bem ser descrita como uma dança final entre a esperança e a realidade, ele saiu do quinto lugar para conquistar a prata nos últimos 250 metros. Martin Fuksa, da República Tcheca, talvez tenha tido sorte de ver a linha de chegada primeiro, mas Isaquias nos deu o verdadeiro espetáculo, mostrando que, às vezes, a medalha de prata pode ter o brilho de ouro.

No teatro dos 400 metros com barreiras, Alison dos Santos, o nosso querido “Piu”, correu não apenas contra o tempo, mas contra os obstáculos que a vida nos impõe. Em cada salto, ele parecia desafiar a gravidade e as adversidades, conquistando o bronze, que, embora de terceiro lugar, carrega a marca de uma vitória pessoal e nacional.

Enquanto isso, na areia dourada da Arena Torre Eiffel, Ana Patrícia e Duda reviveram um sonho que o Brasil havia guardado por 28 longos anos. Em uma batalha de titãs, onde a habilidade e a persistência moldaram cada set, as brasileiras derrubaram as canadenses Melissa e Brandie, cravando o ouro no vôlei de praia feminino. E lá em Aracaju, no coração de uma escola que foi o berço de Duda, as crianças vibraram, não apenas por uma vitória olímpica, mas por verem que os sonhos podem, de fato, tornar-se realidade, ainda que começados nas areias de um destino aparentemente incerto.

Mas, enquanto o Brasil celebrava nas quadras, pistas e águas parisienses, o destino, em um de seus caprichos mais cruéis, desenhou um cenário sombrio nos céus de Vinhedo. Um avião, carregando 61 vidas e infinitos sonhos, encontrou um fim trágico, deixando um rastro de dor que nem o ouro olímpico é capaz de amenizar. O silêncio que se seguiu à confirmação de que não havia sobreviventes ecoou por todo o país, como um luto que não se veste de preto, mas de uma tristeza silenciosa.

E no meio dessa coreografia de alegrias e tristezas, a vida continuava a rodar, como uma roleta da Mega-Sena, onde a sorte, caprichosa, pode sorrir para poucos e virar as costas para muitos. As avenidas de Aracaju preparavam-se para o caos organizado do trânsito alterado, enquanto em alguma casa, alguém fazia uma aposta, sonhando com milhões que talvez nunca venham.

Longe, nos confins do Leste Europeu, a Ucrânia dava um golpe inesperado na Rússia, desmentindo as promessas de Moscou de que tudo estava sob controle. No tabuleiro de xadrez geopolítico, os peões, por vezes, surpreendem os reis, lembrando-nos de que a guerra, como a vida, é cheia de reviravoltas.

E assim, o Brasil terminou seu dia com um sorriso no rosto e um nó na garganta, entre as glórias olímpicas e a dor de uma tragédia inesperada, vivendo mais um capítulo da sua saga, onde a ironia e a metáfora se misturam, formando o tecido complexo de uma nação que, como Isaquias, segue remando, independentemente das correntezas.