CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 08 de setembro de 2024

Entre Cometas e Pódios: A Dança Cósmica das Conquistas e Contrastes no Planeta Terra

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 08 de setembro de 2024
Publicado em 09/09/2024 às 10:02

Show de notícias do Domingo dia 08 de setembro de 2024

_______________________________________________________________________________________________________

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Em meio ao balé cósmico das estrelas e cometas, enquanto o C/2023 A3 promete desenhar um rastro de luz nos céus brasileiros, nós, aqui embaixo, nos envolvemos em uma verdadeira rave global de emoções e contrastes. De Paris ao Brasil, dos rios secos da Amazônia às hidrovias cheias de cargas, o mundo vai seguindo seu ritmo. Um ritmo por vezes dissonante, como uma mistura estranha de samba com música eletrônica, mas que, de alguma forma, encontra harmonia nos corações de quem acredita.

Paris, sempre com sua aura de festa, transformou a despedida dos Jogos Paralímpicos em uma celebração de superação. Sob chuva e luzes, o Stade de France pulsava ao som eletrônico, mas o que ecoava realmente não eram os beats, e sim os corações de atletas como Gabrielzinho Araújo, cuja trajetória foi mencionada no discurso de Tony Estanguet. Era como se, em cada medalha brasileira, estivesse impressa a resiliência de um povo que, mesmo quando o rio da vida seca, encontra um jeito de florescer.

O Brasil, com seu desfile de ouro e suor, não subiu apenas no pódio, mas nas estrelas. Com 89 medalhas, sendo 25 delas douradas, nossos atletas paralímpicos mostraram que, em um país onde a esperança parece estar sempre na UTI, há quem respire fundo e siga correndo, nadando, remando contra a maré. Paris se despediu em grande estilo, mas o brilho real não estava na rave, e sim nos olhos de quem assistiu, emocionado, a superação em sua forma mais pura.

Enquanto isso, a Grécia, cansada de ser apenas cenário para as fotos perfeitas do Instagram, decidiu que cobrar uma taxa de 20 euros dos cruzeiristas talvez seja a solução para preservar suas ilhas. Santorini e Mykonos, como divas gregas cansadas do assédio, agora pedem um pedágio para continuar posando. Um aviso irônico ao mundo: o paraíso também tem limite.

E lá nos EUA, a dança política segue quente. Trump e Kamala, lado a lado nas pesquisas, como dois gladiadores modernos lutando por um futuro incerto. E nós, espectadores distantes, seguimos sem saber se Trump seria o meteoro que acabaria de vez com o que restou do equilíbrio ou se Kamala seria aquela estrela que brilha, mas que muitos ainda não conseguem enxergar direito. A política é um jogo de espelhos, e quem fica do lado de cá, só vê distorções.

Por outro lado, a Amazônia, sempre resiliente, enfrenta a nova face da mudança climática. Os rios, antes cheios de vida, secam. E o que deveria ser o pulsar das águas virou pó. Um desafio que, assim como o cometa que se aproxima, traz consigo um presságio de mudança, mas ao contrário do brilho celestial, essa mudança assusta. Porque enquanto o cometa é uma dança celeste, o futuro das águas amazônicas parece estar nas mãos humanas, frágeis e desajeitadas.

E no meio desse emaranhado de notícias, surge o Fábio Dantas, como uma estrela literária sergipana, brilhando na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O nordeste, com sua riqueza de palavras e histórias, manda mais um de seus filhos para encantar o Brasil com a arte de transformar cotidiano em poesia. E, talvez, seja isso que falte ao mundo. Mais poesia. Mais emoção. Mais raves silenciosas, em que a dança seja interna e a batida, o pulsar da vida.

Enquanto o cometa C/2023 A3 se aproxima, somos lembrados de que, tal qual os corpos celestes, também estamos em constante movimento. A festa de Paris pode ter terminado, mas a dança da vida continua. E cabe a cada um de nós decidir se seremos estrelas que brilham por um instante ou se, como o Brasil nas Paralimpíadas, encontraremos um jeito de marcar a história, transformando a escuridão em luz.


Assim, seguimos, entre raves e rios secos, com a esperança de que, um dia, nossa dança seja tão bela quanto a do cometa que iluminará nossos céus em breve. Afinal, somos todos feitos de poeira estelar.