Hoje, celebramos os 204 anos de emancipação política do nosso querido estado de Sergipe. Parabéns a todos os sergipanos que, como bons heróis de uma novela épica, continuam a escrever a história com coragem e determinação. Nessa epopeia diária, Sergipe mostra que emancipar-se da Bahia não foi apenas um ato político, mas um rito de passagem rumo a um futuro promissor.

Enquanto as autoridades exaltam o espírito independente do estado, refletimos sobre essa jornada que, de certa forma, é como um jovem que finalmente sai da sombra dos pais para construir seu próprio destino. É interessante como a história é sempre reeditada, como os livros da Seduc, que nos fazem reviver os conflitos e vitórias que moldaram nossa terra. “Derrubando os mantos purpúreos e as negras sotainas”, por exemplo, nos lembra que a resistência e os desafios são constantes na busca pela liberdade.

Mas a independência não se celebra apenas com discursos e livros. A realidade, essa velha senhora cheia de surpresas, nos brinda com notícias que vão além do cerimonial. Veja só, uma jovem foi resgatada de helicóptero após ficar isolada em uma cachoeira no interior de Sergipe. Que metáfora perfeita para o espírito de superação e resiliência do nosso estado! Mesmo nas situações mais desafiadoras, sempre há um helicóptero de esperança pronto para nos salvar.

Enquanto isso, Serra da Saudade, a cidade menos populosa do Brasil, nos lembra que tamanho não é documento. Com seus dois bairros e uma rua com uma casa só, essa pequena joia mineira desafia as convenções de grandeza e nos faz refletir sobre a verdadeira medida de um lar.

No cenário político, a dívida dos estados e a eterna batalha entre investir em segurança, obras ou educação, parece uma novela sem fim. O governo, em um esforço quase quixotesco, tenta equilibrar as demandas com um pé na realidade e outro nas promessas de campanha.

E em meio a tudo isso, o governo nomeia um novo secretário de Política Agrícola, enquanto outro episódio bizarro nos chega do Peru: um americano desaparecido há 22 anos foi encontrado mumificado em uma montanha. Derretimento de geleiras expondo segredos do passado, como quem abre uma cápsula do tempo perdida.

Para completar, moradores de Barcelona protestam contra turistas com pistolas de água. Um símbolo irônico da luta moderna contra a invasão e a gentrificação, onde as armas são brinquedos e as balas, apenas gotas de água.

Sergipe, com seus 204 anos, continua a ser um cenário onde a história é escrita com tinta de ironia e metáforas vivas. Emancipar-se é isso: um constante resgatar-se da cachoeira, um lutar contra os fantasmas do passado e um disparar pistolas de água contra as adversidades. Viva Sergipe, terra de guerreiros e sonhadores!

Por Antonio Glauber Santana Ferreira