CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de setembro de 2024

Tempestade de Contradições: O Espetáculo das Notícias de 05 de Setembro de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de setembro de 2024
Publicado em 06/09/2024 às 6:37

As notícias do dia 05 de setembro de 2024


Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE


Os ventos sopraram notícias de todos os cantos do mundo, como se fossem folhas secas varridas por uma tempestade de contradições. Em Sergipe, temos um teatro que é seguro, mas não tanto; pode funcionar, mas, com a recomendação de que, talvez, em 90 dias, esteja tudo mais regular. É o Tobias Barreto, que segue em sua rotina teatral de ser e não ser, como um Hamlet de concreto. Enquanto isso, o Depatri nos conta uma história digna de palco: um golpe que prometia o céu da Bolsa de Valores, mas entregou o inferno do prejuízo. R$ 40 milhões sumiram como fumaça, e os sonhos dos “investidores” evaporaram mais rápido que as promessas eleitorais.

E já que estamos no clima de promessas, o Hospital Universitário de Sergipe decidiu que, a partir de outubro, vai tratar da endometriose. Um procedimento por semana. Sim, você leu certo, um por semana! Parece que a saúde pública resolveu adotar a filosofia da alta-costura: cada cirurgia será feita com o tempo e a delicadeza de um alfaiate trabalhando num vestido de gala. Mas a pergunta que fica é: será que as pacientes podem esperar tanto assim para seu “desfile”?

Enquanto isso, lá no Amazonas, todos os municípios estão em situação de emergência, as águas dos rios secaram e as comunidades ribeirinhas estão isoladas, como náufragos sem mar. Já no Piauí, a chuva se tornou uma lenda, e a seca avança como um monstro invisível, devorando colheitas e esperanças. O Brasil parece estar se especializando em extremos, onde o que falta em um lugar, sobra no outro – exceto, claro, quando falamos de soluções.

E por falar em extremos, na Índia, lobos viraram pesadelo. Não, não estou falando de lobos políticos ou financeiros, mas dos de verdade, que rondam vilas e atacam crianças, enquanto a natureza nos lembra que ela também tem seu lado cruel. Como sempre, as tragédias humanas se espalham pelo mundo, mas aqui, até os lobos parecem ter aprendido a brutalidade com a nossa espécie.

Mas as ironias globais não param por aí. Nos Estados Unidos, um adolescente invade uma escola com um rifle. A Geórgia, que já foi cenário de lutas pela independência, agora vê suas escolas como campos de batalha. O pai, que deveria proteger, foi preso por negligência. Parece que o conceito de família anda se desmanchando nas mãos da violência, como neve ao sol. Aliás, por falar em neve, na Argentina, um homem sobreviveu a uma avalanche. Doze horas soterrado e, contra todas as probabilidades, resgatado. Um milagre? Talvez. Ou seria apenas uma dessas raras ocasiões em que a natureza decide não ser tão cruel assim.

E, para fechar com a chave de ouro do sarcasmo, o Conselho de Medicina lançou uma plataforma para verificar atestados falsos. Parece até piada pronta: enquanto uma parcela da população mal consegue um atestado verdadeiro, os espertinhos que conseguem os falsos terão seu golpe dificultado. Ah, o Brasil! Sempre um espetáculo de contrastes, onde a tecnologia chega antes da justiça, e o problema é combatido com uma plataforma, enquanto as soluções reais ficam, como sempre, para depois.

No meio de tantas tragédias e ironias, seguimos, ora sorrindo, ora chorando, mas sempre perplexos com as reviravoltas desse grande palco chamado mundo. E, ao final de cada ato, aplaudimos de pé… ou será que deveríamos aplaudir de joelhos?