Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de junho de 2024.

Metáforas do Cotidiano e o Teatro das Notícias

Na peça tragicômica que se desenrola no palco sergipano, a Secretaria da Fazenda resolveu vestir o manto do herói justiceiro, interrompendo as ações de uma empresa que brincava de esconde-esconde com R$ 50 milhões. Não é todo dia que se vê um vilão do colarinho branco tendo que encarar o longo inverno de 15 anos atrás das grades. Essa trama é digna de uma novela das oito, com um final que promete mais suspense que a reta final de “Game of Thrones”.

Enquanto isso, no outro lado do tabuleiro, em Aracaju, desenrola-se uma cena que poderia muito bem ser de um desses filmes de epidemia. O Dia D de vacinação contra a poliomielite se aproxima, mas parece que o público alvo prefere a companhia do sofá e da televisão ao invés de um singelo picada no braço. Apenas 6% dos atores principais compareceram aos ensaios. Fica a pergunta: quem tem mais medo, o vírus da poliomielite ou o cidadão aracajuano da agulha?

O cenário muda para um festival de cores e sons com o São João itinerante. Este projeto é uma dança das cadeiras que promete aquecer os corações, mas também aquecer os cofres dos vendedores de milho e quentão. Afinal, nada melhor para esquecer os perrengues do dia a dia do que uma boa quadrilha e um forró até o sol raiar, não é mesmo?

No campo dos concursos públicos, o TSE decidiu jogar algumas fichas a mais na mesa, aumentando o número de vagas para 412. Uma chuva de oportunidades que parece uma miragem para muitos que buscam uma boia salva-vidas no mar revolto do desemprego. Com salários que variam entre R$ 8,5 mil e quase R$ 14 mil, é como se uma carruagem dourada passasse pela cidade oferecendo passagens para um novo mundo.

Entre as verdades e inverdades da ciência, uma pesquisa revelou que oito em cada dez brasileiros confiam nos cientistas. Um suspiro de alívio no meio do pandemônio de fake news e conspirações malucas. Parece que ainda há uma luz no fim do túnel, e não é o trem descarrilando.

E falando em avanços, astronautas da NASA finalmente se preparam para voar na nave Starliner da Boeing, depois de tropeçar em mais problemas de desenvolvimento que um estudante em semana de provas finais. Esta odisseia espacial é uma novela que dura mais que “Chaves”, mas com um final feliz em vista.

No capítulo mais surreal do dia, uma brasileira decidiu que tomates marcianos são a nova moda. Usando uma técnica maia, ela está plantando sementes de esperança em Marte, mostrando que o futuro pode ser mais fértil do que imaginamos. Se tudo der certo, talvez os marcianos gostem de uma boa salada.

Por fim, no Dia do Meio Ambiente, Lula lamenta que medidas de proteção causem raiva em alguns. Talvez porque mexer com interesses arraigados é como cutucar onça com vara curta. Ou, no caso de Israel e Gaza, cutucar um vespeiro com bombas, num ciclo de violência que parece não ter fim.

Assim, o palco das notícias se encerra, deixando no ar um misto de riso e reflexão. Afinal, a vida é um teatro onde o roteiro é escrito dia a dia, com personagens que somos nós, tentando entender as ironias do destino.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira