CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de julho de 2024

Crônica do Cotidiano: A Praia dos Arcos e Outras Metáforas de Vida

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de julho de 2024
Publicado em 06/07/2024 às 12:04

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 05 de julho de 2024

Eis que o dia 5 de julho de 2024 amanhece com uma miríade de notícias que, se fossem cores, pintariam um quadro surrealista digno de Dalí. Comecemos pela jóia da coroa: a Praia dos Arcos da Orla voltou a ser própria para banho. Sim, meus caros, as águas decidiram, em sua infinita sabedoria líquida, limpar-se e oferecer-se novamente aos mortais. Como uma fênix que se ergue das cinzas de esgoto, a praia refulge. Mas atenção, banhistas! Não se esqueçam do protetor solar, não para os raios UV, mas para as surpresas que o mar pode ainda guardar.

Enquanto isso, nas estradas, a rodovia entre Aparecida e Glória será interditada. A ironia não poderia ser mais deliciosa: um caminho fechado entre Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Glória. Parece até trama de novela onde o destino coloca uma pedrinha só para testar nossa paciência. Obras de saneamento, dizem. Quem diria que a busca pela pureza nas tubulações nos levaria a desvios tão impuros no tráfego?

E se você acha que a vida é dura, pergunte aos pacientes diabéticos de Sergipe, que enfrentam a suspensão dos insumos. Uma dieta de frustração e açúcar elevado, enquanto esperam por uma solução que parece mais distante que as promessas de campanha. A Sociedade Brasileira e Regional de Diabetes acompanha, mas acompanhar não enche seringas nem pratos vazios.

Na dança da justiça, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em várias cidades sergipanas. Ah, as fraudes em licitações! É como descobrir que a sobremesa foi comida antes do jantar ser servido. Corruptos tentam lavar dinheiro, mas acabam sujando as mãos e a reputação de toda uma comunidade.

E no meio de tanta notícia, um golpe baixo: uma trave de futebol cai e fratura a perna de um menino de 12 anos. As metáforas de vida nunca foram tão literais. Uma trave que cai como as esperanças de um país que vê suas crianças feridas em seus sonhos mais inocentes.

Enquanto isso, em Aracaju, nove almas desafortunadas foram encontradas em condições análogas à escravidão. Mais de 10 horas nas ruas, com a remuneração variável, um salário que dança conforme a música de um mercado sem compaixão. É o trabalho, mas sem dignidade, como uma peça sem enredo.

E não poderíamos esquecer do grandioso Arraiá do Povo, com seus custos de R$ 27 milhões. Uma festa de São João que custou o equivalente a um réveillon em Copacabana, só que sem os fogos de artifício – apenas as fagulhas de indignação de quem viu o dinheiro público dançar quadrilha.

Falando em fogos, no Pantanal, um incêndio consome 25% da vegetação nativa brasileira. A devastação que faz qualquer um pensar se o verde que ostentamos em nossa bandeira é apenas uma ilusão.

No cenário internacional, a França lida com a ameaça da extrema direita, enquanto o Irã elege um presidente moderado que busca um raro abraço com os Estados Unidos. Em ambos os casos, é como observar uma dança arriscada, onde um passo em falso pode mudar o ritmo de toda uma nação.

E no palco dos debates, Biden admite preparação fraca, como um ator que esquece suas falas no meio da peça. Seu desempenho, dizem, pode ser decisivo. Mas afinal, qual performance política não é um espetáculo aguardando críticas?

Assim, terminamos nossa crônica com a certeza de que o mundo é um teatro onde cada notícia é uma cena, cada manchete, um ato. E nós, meros espectadores, rimos e choramos com a tragicomédia do cotidiano.

Por Antonio Glauber Santana Ferreira