CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 02 de outubro de 2024
No palco das notícias do dia 02 de outubro de 2024 a política dança, a economia flutua, a justiça absolve réu injustiçado, e as guerras explodem em um ciclo vicioso.
As Manchetes do dia 02 de outubro de 2024
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Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
Enquanto o calendário marcava o segundo dia de outubro, o Brasil dançava no ritmo da política como um carrossel desgovernado. As urnas eletrônicas, aquelas velhas conhecidas das eleições, estavam sendo instaladas como sementes plantadas em um terreno fértil de promessas. Cada urna era uma árvore que prometia frutos, mas, como sabemos, nem todas as colheitas são boas. Antigamente, bastava a chuva e a terra, mas hoje é preciso uma enxurrada de campanhas virtuais e o adubo das fake news. As feiras de Aracaju, coitadas, antecipadas para não esbarrarem nesse vendaval de votos. Parece que até o tomate sabe que, em época de eleição, não se brinca com o relógio.
Enquanto isso, a economia de Sergipe dava sinais de recuperação, subindo como um balão no céu azul. Crescimento de 14% na arrecadação, diziam os números. Mas cuidado! Esses números são como os passos de uma dança de salão: um movimento para frente pode ser seguido de dois para trás. E se olharmos de perto, veremos que muita gente ainda pisa nos pés dos outros, tropeçando nas dificuldades da vida real.
E por falar em tropeços, a justiça, que muitas vezes anda a passos largos, resolveu absolver o acusado de desviar combustível da Polícia Militar. O homem, preso em 2018, agora se via livre. A balança da justiça pesou, e, como em um espetáculo de mágica, o réu saiu ileso. Desvio de combustível é coisa do passado, parece. O que importa agora é desviar da realidade, como o carro que atravessou a avenida, passou por cima do canteiro e encontrou o poste como seu último destino. Duas pessoas feridas e a pergunta que fica: será que o destino também tem GPS?
Na economia digital, o Pix, essa maravilha que nos faz sentir ricos por alguns segundos, virou vilão nas apostas online. A federação dos bancos, preocupada, sentou-se com o ministro Haddad para discutir o que fazer com esse cassino digital que cresce sem freio. O governo já estuda maneiras de limitar a jogatina, afinal, o brasileiro tem gastado mais do que tem, apostando suas esperanças e recebendo apenas o eco do vazio. É como se jogássemos moedas em um poço sem fundo, esperando que a sorte seja mais generosa do que a realidade.
Do lado de nossos vizinhos argentinos, Milei decretava a Aerolíneas como “sujeita à privatização”. A notícia ressoou como um tango desafinado, com os sindicatos subindo o tom e o Congresso prometendo um baile ainda mais intenso. A Argentina, que já vive no fio da navalha, parece agora estar prestes a cortar laços com o pouco que ainda é público.
E enquanto por aqui o TCU se debruça sobre o impacto das apostas na saúde pública, no orçamento familiar e até nas ações de combate à lavagem de dinheiro, a Venezuela mostra que seus problemas são bem mais profundos. O prefeito opositor de Maduro, Rafael Ramírez, foi preso, sem qualquer justificativa plausível, segundo seu partido. A política venezuelana é como um jogo de cartas marcadas: ninguém sabe ao certo quem vai perder, mas todos sabem que o povo é quem paga a conta.
No Oriente Médio, o cenário é ainda mais sombrio. Israel e Líbano trocam ataques como se fossem cartas em um baralho de guerra. Em Beirute, a madrugada foi mais uma vez iluminada por explosões, e as mortes se acumulam como folhas caídas no outono. O Hezbollah e Israel brincam de gato e rato, mas quem sofre, no final, são sempre os inocentes, aqueles que nunca escolheram esse jogo.
No fim, o dia 02 de outubro de 2024 nos lembra que o mundo gira rápido, mas nem sempre nos leva para onde queremos. A política dança, a economia flutua, a justiça absolve réu injustiçado, e as guerras explodem em um ciclo vicioso. No fundo, somos todos apostadores, jogando nossas fichas na esperança de que, quem sabe, amanhã a sorte finalmente nos sorria.