CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 18 de julho de 2024

Crônica: O Circo da Realidade

Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 18 de julho de 2024
Publicado em 19/07/2024 às 6:10

No picadeiro da vida sergipana, as cortinas se abrem para um espetáculo digno de aplausos – ou de lágrimas, dependendo do seu humor. O mestre de cerimônias, com seu microfone reluzente, anuncia a primeira atração: “Senhoras e senhores, preparem-se para a grande epidemia dos vírus respiratórios! Com um aumento de 597%, nossos hospitais estão tão lotados quanto o camarim do palhaço.”

Enquanto os espectadores ainda digerem a notícia, entra em cena a trupe da Receita Federal, que, como mágicos em um truque de desaparecimento, fazem sumir mercadorias falsificadas das lojas de Aracaju. “Abracadabra! E aqui temos seis lojas que vendiam sonhos a preços de pesadelo. Se o produto é original, aí já é outra história…”

No intervalo, o espetáculo continua na telona do TRE de Sergipe, que lança uma plataforma para denunciar desinformação eleitoral. “Bem-vindos ao show da verdade absoluta!”, proclama o mestre de cerimônias. “Aqui, fatos inverídicos desaparecem como coelhos na cartola, e o público pode colaborar para que a mágica da democracia seja transparente.”

E, como não poderia faltar em um espetáculo de proporções épicas, o governo federal surge com sua mágica contábil: “Abram caminho para o congelamento de 15 bilhões de reais!” Com um floreio de capa, o mestre de cerimônias explica que o truque do déficit zero é tão complicado quanto fazer um elefante desaparecer em uma sala de espelhos.

No globo da morte, um terremoto de 7,3 balança o Chile e faz São Paulo tremer. “Um espetáculo intercontinental!”, exclama o narrador. “Sentiram a terra se mexer? É a emoção global nos lembrando que, no fim, somos todos malabaristas no mesmo trapézio.”

Enquanto isso, na China, a natureza decide participar do show com um deslizamento de terra que engole estradas inteiras. “E agora, para a última atração: a montanha desmancha como algodão-doce sob a chuva. Felizmente, sem vítimas. Afinal, este é um espetáculo seguro!”

Mas nem tudo é caos e mágica. Nas quadras escolares do Espírito Santo, a Orquestra Sinfônica transforma a realidade em uma sinfonia. “Aqui, a música clássica é a estrela, mostrando que a arte pode ser o alívio em meio ao pandemônio diário.”

E para fechar com chave de ouro, os astrônomos anunciam a descoberta de um planeta com órbita excêntrica. “Senhoras e senhores, apresentamos o TIC 241249530 b, um planeta que dança conforme a música de um universo caótico. Uma descoberta que nos lembra que, mesmo no circo cósmico, há sempre algo novo a ser revelado.”

Por fim, o grand finale: um apagão cibernético global. “A rede mundial apagou as luzes! Voos atrasados, bancos paralisados e a sensação de que a tecnologia, nossa fiel trapezista, pode falhar a qualquer momento.”

E assim, o espetáculo continua. No circo da realidade, cada dia é um novo ato, e nós, espectadores, rimos, choramos e seguimos aplaudindo, na esperança de que o próximo número seja menos trágico e mais mágico.

Por Antonio Glauber Santana Ferreira