Crônica
Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 17 de junho de 2024.
Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 17 de junho de 2024.
No grande teatro da vida, o dia 17 de junho de 2024 se apresentou com um roteiro digno de uma tragicomédia. Em um palco iluminado pela ironia, Sergipe anunciou com pompa e circunstância mais de 300 vagas para o concurso da Polícia Militar. Afinal, em tempos de crise, nada mais poético do que prometer empregos para salvar a pele do governo e, de quebra, alimentar a esperança dos aspirantes a heróis fardados. Entre uma promessa e outra, a criação da comissão organizadora foi anunciada, como se estivéssemos todos em um ensaio para a grande estreia.
Enquanto isso, na Zona Sul de Aracaju, um deputado estadual fez uma acrobacia não planejada. Seu veículo capotou, levando junto quatro almas em uma reviravolta digna de uma novela mexicana. A assessoria do político, em um ato de grande generosidade, informou que ele e suas filhas já receberam alta médica. Quanto à outra vítima, o silêncio foi ensurdecedor, talvez esperando que o público se distraia com o próximo ato dessa tragédia ambulante.
No mesmo cenário, um homem decidiu protagonizar um espetáculo à parte, ameaçando passageiros de ônibus em Aracaju. Sua prisão, realizada no Loteamento Marivan, foi o desfecho previsível de um drama cotidiano. Um teatro de horror onde a violência é a estrela principal e o público, infelizmente, já se acostumou com o show de horrores.
Em um plano maior, uma pesquisa revelou que 1 a cada 4 hectares de terra no Brasil foi consumido pelo fogo nos últimos 40 anos. Um espetáculo pirotécnico de destruição, onde Cerrado e Amazônia são os protagonistas trágicos. A natureza, que antes cantava, agora chora em um lamento de cinzas e carvão.
No universo das oportunidades, o Itamaraty abriu o edital para um dos concursos mais disputados do país: 50 vagas para diplomatas com salário de R$ 20,9 mil. Um sonho dourado para poucos, um pesadelo de concorrência para muitos. E assim, a diplomacia se torna um palco de batalhas intelectuais, onde apenas os mais preparados sobrevivem ao escrutínio implacável.
Em meio a tantas notícias, uma despedida tocante: Jacqueline Laurence, atriz francesa que adotou o Brasil, partiu aos 91 anos. Sua passagem pelo nosso cenário foi marcada por papéis memoráveis em novelas que fizeram história. Nascida em Marselha, ela encontrou no Brasil seu verdadeiro palco, deixando um legado que ecoará por gerações.
Em São Luiz Gonzaga, uma microexplosão trouxe o caos em menos de um minuto, danificando 1,2 mil imóveis. A natureza, cansada de ser coadjuvante, decidiu roubar a cena em um ato de fúria incontrolável. As nuvens, incapazes de suportar o peso de suas lágrimas, desabaram sobre a cidade em um espetáculo de destruição.
Enquanto isso, no cenário internacional, Vladimir Putin volta à Coreia do Norte após 24 anos, prometendo elevar as relações a um patamar superior. Um ato diplomático ou um novo capítulo de um romance geopolítico? Somente o tempo dirá. E enquanto isso, Kylian Mbappé, a estrela do futebol francês, criticou a ascensão da extrema direita na França, convocando os jovens a votar. Em um cenário político onde as paixões se acirram, sua voz ressoa como um apelo desesperado por um futuro mais justo.
Por fim, navios de guerra russos deixaram Havana após uma visita que mobilizou até submarinos nucleares dos EUA. Moscou, em um gesto de camaradagem, chamou a operação de ‘amigos’, transformando a tensão em um espetáculo de diplomacia naval.
E assim, encerra-se mais um dia no grande teatro da vida, onde a realidade supera a ficção e cada notícia é uma peça dessa tragicomédia que insistimos em chamar de existência.
Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira