Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 12 de junho de 2024.

No teatro das notícias, onde os personagens são tão variados quanto inusitados, o espetáculo do dia 12 de junho de 2024 traz uma série de cenas que mais parecem saídas de uma tragicomédia.Primeiro ato: Aracaju, a cidade que sonha em ser o protagonista, mas se vê presa no papel de coadjuvante. No palco da saúde pública, 19 crianças aguardam leitos de UTI pediátrica. O Conselho Regional de Medicina surge como o diretor preocupado, apontando os holofotes para o drama. Enquanto isso, nos bastidores, a burocracia afina seus instrumentos, ensaiando promessas de melhorias para uma plateia cansada de esperar.No segundo ato, a segurança pública vira um thriller policial. Uma passageira de ônibus em Sergipe, disfarçada de turista inofensiva, carrega 34 quilos de enredo ilícito em sua mala. A PM, qual detetive de um romance noir, descobre o segredo e prende a suspeita, revelando que a trama se desenrolava desde a Bahia. Segue o terceiro ato com uma reviravolta energética: Sergipe será o fornecedor de gás natural para uma termoelétrica no Espírito Santo. O governo, em tom de herói, promete um suprimento que parece vir das profundezas de um conto de fadas, aquecendo não só os lares mas também os ânimos.A justiça social ganha seus minutos de glória no quarto ato. O STF, como um juiz benevolente em um drama de tribunal, decide melhorar os ganhos do FGTS. A decisão é celebrada como um sopro de esperança, mesmo que limitada aos depósitos futuros. A plateia, um tanto desconfiada, aplaude timidamente, questionando se dessa vez o cenário vai mesmo mudar.A trama global toma o palco no quinto ato. A cúpula do G7, reunida na Itália, vira palco de debates sobre o apoio financeiro à Ucrânia. Zelensky, com ares de protagonista de um épico, tenta capturar o coração dos líderes mundiais, enquanto o Brasil, como um convidado especial, assiste aos bastidores do poder.Em uma virada inesperada, o Senado brasileiro recebe uma nova personagem: Rosana Martinelli, investigada pelo tumultuado 8 de janeiro. Com passaporte retido, sua posse é um drama digno de novela, onde cada capítulo revela um novo conflito.No esporte, o Brasil empata com os EUA em um amistoso que mais parece um ensaio geral para a Copa América. A torcida, como uma plateia exigente, espera ansiosa por um final mais glorioso.A Argentina, em sua própria peça de protestos e reformas, aprova a reforma econômica de Milei, enquanto a polícia e os manifestantes ensaiam um balé violento de gás e pedradas.E, como se não bastasse, um achado arqueológico rouba a cena. O registro mais antigo sobre a infância de Jesus é encontrado, revelando um manuscrito de um milagre infantil. É um plot twist digno de um filme histórico, trazendo à tona histórias perdidas no tempo.Por fim, a ONU revela que o número de deslocados à força no mundo atingiu um novo recorde. A crise humanitária é o pano de fundo sombrio dessa peça global, onde conflitos como o do Sudão e da Faixa de Gaza empurram milhões para uma jornada sem fim.Enquanto isso, a Otan ajusta seu arsenal nuclear, uma lembrança constante de que a paz, neste palco mundial, é uma farsa tão frágil quanto o cenário de um teatro.Assim, fecham-se as cortinas deste espetáculo do dia 12 de junho de 2024, deixando o público a refletir sobre os dramas e comédias da vida real.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira