POESIA : CICLOS
CICLOS
Ciclos
No ventre da aurora, um sussurro de luz
Desperta a melodia das folhas, dançarinas no vento.
O tempo, um relojoeiro invisível,
Costura dias e noites com fios de sombra e brilho.
Nasce o rio da esperança, serpenteando a montanha,
Sussurrando segredos à terra fértil,
Onde sementes de sonhos, adormecidas,
Aguardam o toque da chuva, beijo da vida.
A vida, balé de paradoxos,
Desvenda seus mistérios em véus de ouro e prata.
Murcham as flores, promessas da primavera,
Para renascerem no ventre do outono, serenata eterna.
Sob o céu estrelado, um manto de lembranças,
O mar espelha a dança da lua, amante eterna.
Ondas, sôfregas e suaves, beijam a areia,
Escrevendo e apagando histórias no livro do tempo.
E assim, giramos na roda do destino,
Pintando a existência com tintas de passagem,
Onde cada fim é um início disfarçado,
E cada adeus, um prelúdio ao reencontro.
Ciclos, somos nós, navegantes e navegados,
Envoltos no abraço das estações,
Buscando eternidade no efêmero,
E eternamente, sendo ciclos.
Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira