CONTO
Antonio e as estrelas
Antonio e as estrelas
Era uma noite tranquila, e o céu estava limpo, como um manto negro bordado com diamantes. Antônio sentou-se no quintal de sua casa, acompanhado por sua fiel companheira Polly. Ela, com seus olhos brilhantes e curiosos, parecia entender que aquela noite tinha algo de especial.
As estrelas estavam especialmente luminosas. Pareciam cintilar com uma vida própria, cada uma contando uma história antiga, sussurrando segredos ao vento. Antônio sempre teve uma fascinação pelas estrelas. Ele costumava dizer que elas eram as lâmpadas dos sonhos, acesas para guiar os sonhadores perdidos na vastidão da noite.
Enquanto observava, ele lembrou-se de uma história que sua avó lhe contara quando era criança. Era a lenda das estrelas-guias. Diziam que, há muito tempo, quando o mundo ainda era jovem, as estrelas não brilhavam. Elas eram apenas pontos apagados no céu, sem propósito, sem vida. Até que um dia, um grupo de crianças, perdidas na floresta, fez um pedido desesperado para encontrar o caminho de casa.
As estrelas, comovidas pela pureza do pedido das crianças, decidiram brilhar. Cada estrela acendeu sua luz, formando um caminho luminoso que guiou as crianças de volta para casa. Desde então, elas brilham todas as noites, prontas para guiar aqueles que se perdem, não apenas no sentido literal, mas também nas encruzilhadas da vida.
Antônio gostava de imaginar que cada estrela tinha um propósito, uma missão. Talvez algumas estivessem lá para iluminar os poetas, inspirando versos que tocam a alma. Outras poderiam estar guiando navegantes em mar aberto ou servindo como faróis para corações perdidos em busca de um sentido.
Enquanto ele refletia sobre isso, uma estrela cadente riscou o céu. Antônio fechou os olhos e fez um desejo. Não precisava dizer em voz alta; ele sabia que as estrelas o escutavam. Desejou coragem para continuar escrevendo suas crônicas, para tocar os corações das pessoas com suas palavras, assim como as estrelas tocavam o seu com sua luz.
Polly, percebendo a mudança no ar, deu um latido alegre, como se concordasse com o desejo do seu dono. Antônio sorriu e acariciou a cabeça dela. Juntos, eles continuaram a contemplar o céu, sentindo-se pequenos sob a imensidão do universo, mas ao mesmo tempo, profundamente conectados a ele.
Naquela noite, Antônio percebeu que, assim como as estrelas, cada pessoa tem a capacidade de brilhar e guiar outros, mesmo nos momentos mais sombrios. E, com esse pensamento, ele entrou em casa, levando consigo a inspiração das estrelas para suas próximas crônicas.
Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira