POESIA : Alquimia Verbal
Alquimia Verbal
Alquimia Verbal
Nas madrugadas silentes do verbo oculto,
Entre as criptas do pensamento alado,
Bailam espectros etéreos do léxico impoluto,
Tecendo, em sombras, um cosmos cifrado.
Arcanos de silêncios eloquentes,
Versos invisíveis, de mística aura,
Em cada fonema, ecoam transcendentes,
Mares semânticos onde a alma se restaura.
Sílabas, alquimistas de realidades,
Lapidam o tempo, moldam o infinito,
Transmigram essências, desvelam verdades,
Em cadências do oculto, o verbo é bendito.
Nas margens obscuras do indizível,
Onde a língua se torna alquimia,
Erguem-se catedrais do inaudível,
Cunhando, em éter, pura poesia.
Palavras são constelações arcanas,
Orbes de luz, em trevas suspensas,
Destilam a quintessência das chamas,
Incendiando o ser com faíscas imensas.
Entre as páginas do universo arcano,
Onde a tinta é sangue e espírito,
Revelam-se os segredos do humano,
Em cada grafema, um mito explícito.
Os códices da alma, ocultos e puros,
Guardam a essência do verbo sublime,
Em labirintos de signos obscuros,
Onde a mente, ao decifrar, se redime.
Oh, verbo transcendente, teu hálito arcano,
Insufla vida ao ímpeto mortal,
E faz do efêmero um eterno arcano,
Na dança infinita do verbo imortal.
Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira