Poesia

A Trilha dos Insensatos

A Trilha dos Insensatos
Publicado em 14/06/2024 às 7:16

Trilha dos Insensatos

Nas veredas da insensatez, onde os sábios temem pisar,

Caminham as almas destemidas, sem se preocupar.

A estrada é forjada por delírios e quimeras,

Onde a razão é só uma sombra, perdida nas eras.

Vestem mantos de vaidade, coroados de ilusões,

Tendo por cetro a soberba, em suas vastas dimensões.

Nos seus olhos, brilham sonhos, miragens em desatino,

E o caminho se perde, como o rastro de um menino.

No sopro do vento, ressoam as vozes do passado,

Aconselhando prudência, num eco dissipado.

Mas os insensatos seguem, em sua dança desvairada,

Pisando em estrelas, numa noite enluarada.

As árvores sussurram segredos, que eles não escutam,

Os rios cantam lamentos, que eles não reputam.

Cada passo é um verso, escrito em páginas de areia,

Desfazendo-se ao toque da maré, na aurora alheia.

A trilha serpenteia, em labirintos de incerteza,

Onde o nevoeiro oculta a linha da clareza.

Mas eles seguem, audazes, na bruma da ignorância,

Cultivando flores de tolice, em sua vã extravagância.

Na trilha dos insensatos, cada fim é um recomeço,

Um ciclo perpétuo de erros, num destino avesso.

Mas em seu peito, arde o fogo de um ideal intocado,

E mesmo na insensatez, há um brilho encantado.

Pois quem ousa, na insânia, a fronteira transpor,

Descobre mundos ocultos, que a razão não pode propor.

E na trilha dos insensatos, talvez haja, afinal,

Uma sabedoria oculta, sob o véu do irracional.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira

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