CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 15 de julho de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 15 de julho de 2024
Publicado em 16/07/2024 às 12:26

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 15 de julho de 2024

Na segunda-feira, 15 de julho de 2024, o mundo parecia uma colcha de retalhos feita de ironias sutis e contrastes gritantes. Em Sergipe, uma notícia despontava como um raio de esperança em meio às nuvens carregadas do cotidiano: o Hospital de Urgências de Sergipe recebeu autorização para realizar transplantes de pele. Um avanço para o tratamento de pacientes queimados, oferecendo uma chance de renascimento, de nova pele, de novos começos. Como uma fênix, a saúde pública dar sinais de que pode, quem sabe, se reerguer das cinzas.

Enquanto isso, em Cumbe, a crueldade revelava sua face mais abjeta. Um tutor oferecia 20 reais a quem capturasse sua gata, expondo uma ponta do iceberg de maus-tratos que ainda insiste em assombrar nossas relações com os animais. A ironia? Aqueles que deveriam cuidar, proteger e amar tornam-se os algozes de seres indefesos.

No cenário econômico, o Banese surpreendeu a todos ao anunciar a venda de todos os seus prédios. Um banco estadual, saudável financeiramente, decidindo transformar suas propriedades em aluguel. Parecia que tínhamos entrado em um mundo invertido, onde a lógica se esvai e o pragmatismo se perde em alguma gaveta trancada do passado. O sindicato do banco, atônito, só podia perguntar: “E agora, José?”

A atriz Regina Duarte entrou em cena, mas não de maneira gloriosa. Após espalhar uma fake news com a foto de Leila Diniz, foi condenada a pagar uma indenização e a se retratar publicamente. No teatro da vida real, a atriz que uma vez encantou com seus papéis brilhantes, agora luta para limpar a própria imagem. Como se um ato de tragicomédia se desenrolasse, Regina não apenas se perdeu no papel, mas confundiu realidade e ficção de maneira lamentável.

E falando em ficção que vira realidade, o WhatsApp GB, versão pirata do aplicativo mais popular do mundo, ganhou destaque. Prometendo funções extras, abriu portas não só para a conveniência, mas também para hackers. Em um mundo onde a segurança digital é mais preciosa que ouro, muitos trocaram a certeza pela ilusão de mais recursos, caindo na armadilha de um presente envenenado.

Do outro lado do Atlântico, na Europa, a rebelião contra o turismo de massa ganhava força. Em cidades como Barcelona, os moradores protestavam contra a invasão de turistas, que transformavam ruas e praças em grandes palcos de um espetáculo descontrolado. A ironia aqui é que o continente que tanto se esforça para atrair visitantes agora tenta desesperadamente contê-los, numa dança desajeitada entre acolhimento e resistência.

E, como se não bastasse, no cenário político americano, a juíza Aileen Cannon decidiu encerrar o processo contra Trump sobre a apropriação de documentos sigilosos. A justiça, ou a falta dela, parecia jogar um jogo de cartas marcadas. A decisão, favorável ao ex-presidente, soava como um prelúdio de uma campanha eleitoral que promete ser tão turbulenta quanto uma tempestade de verão.

Assim, entre avanços médicos, crueldades explícitas, decisões econômicas questionáveis, desinformação, vulnerabilidades digitais, rebeliões locais e contorcionismos judiciais, o dia 15 de julho de 2024 se desenrolou como um espelho multifacetado da nossa complexa e, por vezes, desconcertante realidade.

Por Antonio Glauber Santana Ferreira