CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 12 de julho de 2024
Na vastidão dos dias modernos, onde o comum se encontra com o extraordinário, os contos urbanos se desenrolam com a precisão de um roteiro cinematográfico. No dia 12 de julho, Sergipe, o Brasil e o mundo se depararam com uma série de eventos que mais pareciam capítulos de uma novela dramática, pontuada por momentos de humor e tragédia.
Logo pela manhã, a Polícia Civil desvendou um enredo de estelionato digno de uma saga épica. Um homem, com a astúcia de um vilão de filmes de espionagem, navegava pelas terras de Sergipe, Alagoas, Goiás e Bahia, acumulando cartões de crédito e espalhando prejuízos como um deus da discórdia. Seu talento para o malabarismo financeiro resultou em uma média de R$ 50 mil por golpe, somando um estrago de R$ 600 mil. Se fosse uma ópera, ele seria o maestro de uma sinfonia de fraudes.
Enquanto isso, no teatro da saúde pública, o Hospital Universitário em Sergipe se torna o cenário de uma batalha pela dignidade das pacientes. O Ministério Público Federal ergueu a bandeira da justiça, exigindo que o hospital retome as cirurgias de endometriose, suspensas desde 2023. Setenta e sete mulheres aguardam, como heroínas de um drama, pelo alívio de suas dores, enquanto o palco da saúde parece se desmoronar.
No entanto, não faltaram cenas cômicas e alertas no palco nacional. O “Golpe do PIX errado” foi a comédia de erros da vez, onde um professor do Paraná se viu no papel de um protagonista trágico, ao devolver dinheiro “por engano” e acabar no prejuízo. O Banco Central anunciou um recorde de transações via PIX, enquanto os golpistas se reinventavam em novas modalidades de fraude. Era um jogo de gato e rato, onde os criminosos pareciam ter uma criatividade ilimitada.
E como se não bastasse o drama e a comédia, a tragicomédia internacional também deu as caras. Uma notícia muito triste lá na Nigéria, um desabamento escolar resultou na morte de 22 estudantes, uma tragédia que o governo atribuiu à fragilidade estrutural e à proximidade com um rio. Era como se a própria terra conspirasse contra aqueles que mais necessitavam de segurança e educação.
No palco das apostas, a Mega-Sena promete transformar vidas com seus R$ 15 milhões, enquanto a +Milionária oferece um prêmio astronômico de R$ 242 milhões. Uma tentação irresistível para aqueles que sonham em mudar de vida da noite para o dia, em um país onde a esperança é um bilhete de loteria.
E, no distante Oriente, a Coreia do Sul se prepara para enfrentar o ditador Kim Jong-un com armas a laser. O “Projeto Star Wars” parece uma página arrancada de um romance de ficção científica, onde lasers silenciosos e econômicos seriam a defesa contra drones invasores.
Assim, o dia 12 de julho de 2024 se desenrolou como uma tapeçaria complexa, tecida com fios de esperança, tragédia e ironia. Em meio ao caos e à comédia da vida real, restava-nos observar e refletir, na expectativa de que, um dia, poderemos transformar nosso próprio enredo em uma história de triunfo e redenção.
Por Antonio Glauber Santana Ferreira