CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 11 de julho de 2024
Crônica: O Mundo Vira Pizzaria Invertida
Na manhã de 11 de julho de 2024, o sol nasceu preguiçoso, como um político em ano não eleitoral, e Aracaju estava fervilhando de notícias que fariam qualquer roteirista de novela parecer um mero amador. No meio do calçadão da rua João Pessoa, a Fundat oferecia 1.300 vagas para oficinas online. Sim, as inscrições tinham que ser feitas presencialmente, porque a ironia nunca foi forte nas oficinas de lógica.
A prefeitura, em um ato de extrema bondade ou talvez apenas para desviar a atenção dos buracos nas ruas, sancionou o Plano Municipal de Cultura. Dizem que a cultura é a alma de uma cidade, mas com a vacinação contra a dengue atingindo menos de 40% do público-alvo em Sergipe, parece que a alma está gripada e sem previsão de alta.
Do outro lado do Atlântico, Paris resolveu transformar os imigrantes sem-teto em turistas involuntários, retirando-os das ruas como se fossem folhas secas antes do outono olímpico. Quem sabe, na próxima estação, o Palácio de Buckingham abra suas portas para receber esses “turistas” por módicos R$ 520.
E, em terras mais próximas, a Câmara dos Deputados aprova uma proposta que é uma verdadeira pizza invertida: usar recursos públicos para perdoar multas de partidos por cota para negros e em prestações de contas. É como se a democracia estivesse sendo servida com o recheio pra fora, mas ninguém parece se importar desde que haja bastante queijo e orégano.
Falando em pizza, em Brasília, seu Enildo Gomes prova que o segredo do sucesso pode ser tão simples quanto uma pizza de queijo, molho e orégano. Quem diria que, em meio a tantas opções de sabores no mundo, a simplicidade faturaria R$ 280 mil por mês? Talvez seja uma lição para nossos políticos, que complicam tanto as coisas que acabam fazendo a democracia parecer uma pizza de alface.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, Biden reafirma sua candidatura à presidência com a mesma certeza de quem confunde a vice-presidente com Trump. Aparentemente, seu teste diário é uma prova de resistência contra o tempo e o bom senso. Mas ele está lá, firme, como uma pizza no forno, pronta para ser servida, mesmo que às vezes pareça estar passando do ponto.
E não podemos esquecer das flores no deserto do Atacama, que, como a esperança em tempos difíceis, florescem mesmo nas condições mais improváveis. Os cientistas investigam se isso tem a ver com mudanças climáticas, mas nós sabemos que, no fundo, é apenas a natureza lembrando que, mesmo nos desertos mais áridos, a vida encontra um jeito de florir.
Por fim, uma lista com mais de 300 medicamentos que podem ficar mais baratos com a reforma. De viagra a remédio para asma, parece que até a farmácia resolveu aderir à moda da pizza invertida: primeiro, sofremos com os altos preços, depois, eles vêm nos dizer que tudo pode ser mais barato. Mais um sinal de que, neste mundo, tudo é possível, desde que haja uma boa dose de ironia e humor.
E assim seguimos, com nossas crônicas diárias recheadas de metáforas, hipérboles e sarcasmo, tentando digerir as notícias como uma pizza invertida, porque, no final das contas, o que seria da vida sem um pouco de humor?
Por Antonio Glauber Santana Ferreira