CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 03 de julho de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 03 de julho de 2024
Publicado em 04/07/2024 às 1:28

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 03 de julho de 2024

Era uma manhã de julho em Aracaju, e as manchetes ferviam como café no fogo. O ar cheirava a expectativas de um dia que prometia ser tudo, menos ordinário.

No céu de Sergipe, as aeronaves da GOL voltavam a cruzar o horizonte entre Aracaju e Salvador. Parecia uma metáfora perfeita para a ponte aérea que tentamos construir entre sonhos e realidade, embora o preço das passagens continue a nos lembrar que voar é privilégio de poucos. A Gol, com seus voos, mais parecia um pássaro de asas douradas, que de tão leve, esquece que há quem rasteje para pagar um bilhete.

Enquanto isso, nas salas refrigeradas da Câmara Municipal, os nobres edis de Aracaju preparavam-se para um reajuste de 4% em seus próprios vencimentos. É curioso como o percentual é sempre exato, nunca um milímetro a mais ou a menos. Talvez os matemáticos do poder tenham descoberto a fórmula secreta para a felicidade pública: um reajuste aqui, um discurso vazio ali, e pronto! Está selado o contrato social.

Do outro lado do espectro socioeconômico, Sergipe orgulhosamente liderava a geração de vagas de emprego no país. É como ser o maior vendedor de picolés no inverno: uma conquista que precisa ser apreciada com um toque de ceticismo. Afinal, gerar vagas não é sinônimo de dignidade; é preciso ver se são trabalhos que sustentam ou apenas mantêm a ilusão de progresso.

E falando em ilusões, os atletas brasileiros se debruçavam sobre livros de francês, preparando-se para Paris 2024. Imagine só, estudar uma língua nova para ganhar medalhas! Quem diria que “s’il vous plaît” e “merci” poderiam pesar tanto quanto barras de ouro. Mas talvez o maior troféu seja mesmo poder pedir um croissant sem parecer turista.

No campo de batalha futebolístico, a Conmebol, com seu VAR visionário, finalmente reconheceu o erro que custou um pênalti a Vini Jr. É quase poético como a tecnologia, que prometia acabar com as injustiças, termina por assinar seu próprio atestado de incompetência. A verdade, como um bom drible, escapa entre os dedos de quem deveria mantê-la.

E lá no Sul, o São Paulo desfilava sua vitória sobre o Athletico, subindo ao G-4 do Brasileirão. Uma dança de gols e emoções que nos faz lembrar por que amamos esse esporte, mesmo que os salários dos jogadores sejam tão altos que até os reajustes dos vereadores pareçam gorjetas.

Em Brasília, Haddad anunciava um corte de R$ 25 bilhões em despesas, com a severidade de quem corta o cabelo num salão caro: um pouco aqui, um pouco ali, mas sem mudar o penteado. Lula, sempre com suas frases de efeito, insistia na isenção de impostos para a carne, talvez querendo nos convencer que o churrasco do fim de semana é um direito inalienável do brasileiro.

Do outro lado do Atlântico, Biden resistia às pressões para desistir da reeleição, enquanto Trump ria à toa com sua vantagem nas pesquisas. Parece que a política americana virou um reality show, com plot twists tão frequentes que nem os roteiristas de Hollywood poderiam prever.

E em Paris, o lendário Raí discursava contra a extrema direita, lembrando-nos que, mesmo na cidade luz, há sombras que precisam ser combatidas. As eleições francesas prometiam um segundo turno tão acirrado quanto uma final de Copa do Mundo, com a diferença de que, neste jogo, o prêmio é o futuro de uma nação.

E assim, o dia seguia, com suas notícias que, como sempre, nos fazem rir, chorar e, principalmente, refletir. Afinal, viver no Brasil, em Sergipe e no mundo é um exercício diário de ironia e resiliência, onde cada manchete é uma peça de um quebra-cabeça que insistimos em montar, mesmo que nunca tenhamos visto a imagem completa na caixa.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira