CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 1° de julho de 2024

Ventos, Cadeiras e Tragédias: A Saga do 1º de Julho de 2024

Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 1° de julho de 2024
Publicado em 02/07/2024 às 11:42

Crônica do Professor Antonio Glauber Santana Ferreira sobre as notícias do dia 1° de julho de 2024

O dia primeiro de julho amanheceu como uma novela com episódios inéditos e reviravoltas inesperadas. Logo cedo, um verdadeiro balé aéreo de cadeiras e coqueiros se apresentou na Orla da Atalaia, em Aracaju. Ventos de mais de 70 km/h, como dançarinos descontrolados, arremessaram cadeiras e derrubaram um coqueiro, assustando turistas e comerciantes. A Defesa Civil até tentou dar uma de coreógrafo, mas não havia ensaio que preparasse para tal espetáculo. “Foi horrível, as cadeiras voaram e espalhou muita areia dentro do quiosque”, relatou a gerente Carla de Lima Maia, em um tom que misturava pavor e resignação.

Enquanto isso, na cidade de Pirambu, a notícia do falecimento de Manoel Bispo, o eterno “Manoel Padeiro”, encheu o ar de tristeza e nostalgia. Se os ventos de Aracaju eram de tempestade, a partida de Manoel era uma brisa suave que deixava um vazio imenso nos corações dos pirambuenses. A cidade, em um luto profundo, lembrava-se das manhãs perfumadas de pão fresco, como se um pedaço do seu próprio coração tivesse sido levado.

Em Japaratuba, a violência mostrou mais uma vez sua face cruel. Um jovem foi alvejado com quatro tiros no Povoado Moitas, reforçando a sensação de que a paz é um bem cada vez mais raro. E enquanto vidas se perdiam, outras procuravam um recomeço: o NAT ofereceu 49 vagas de trabalho, uma promessa de esperança em meio ao caos.

No cenário econômico, o dólar subiu como um foguete, atingindo R$ 5,65, o maior patamar em dois anos e meio. As declarações do presidente Lula sobre o Banco Central foram a gasolina que faltava para esse incêndio financeiro. No entanto, para os endividados, a portabilidade das dívidas do cartão de crédito trouxe um sopro de alívio, como se a economia resolvesse brincar de “troca-troca”.

E enquanto isso, no Pantanal, o conhecimento ancestral dos quilombolas mostrava sua força no combate ao fogo. Armados com enxadas e sopradores, os brigadistas quilombolas Kalungas de Goiás enfrentavam as chamas subterrâneas, demonstrando que a sabedoria dos ancestrais é a chave para vencer os desafios modernos.

Do outro lado do mundo, a Suprema Corte dos EUA dava uma mãozinha para Donald Trump, mostrando que até na justiça, a dança das cadeiras é intensa. Em meio a isso, a turbulência em um voo entre a Espanha e o Uruguai deixou passageiros feridos, provando que nem mesmo os céus são refúgio seguro.

Na Indonésia, a tragédia se abateu sobre o jovem atleta chinês de 17 anos, que sofreu um mal súbito e morreu durante uma partida de Badminton. E no Vaticano, Papa Francisco aprovou a canonização de Carlo Acutis, o ‘padroeiro da internet’, trazendo um pouco de luz divina à era digital.

E para fechar com chave de ouro, o furacão Beryl, o primeiro de categoria 4 a atingir o sudeste do Caribe em junho, mostrou que a natureza também sabe ser “extremamente perigosa”. As ilhas de Barbados, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Granada foram as principais vítimas deste furacão inédito.

E assim, entre ventos ferozes, despedidas melancólicas, disparos e esperanças, o 1º de julho de 2024 se despediu, deixando uma marca indelével na memória de todos. Afinal, viver em um mundo onde até as cadeiras têm vontade própria e os santos são millenials é, no mínimo, uma aventura.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira