CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 25 de junho de 2024

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Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 25 de junho de 2024
Publicado em 26/06/2024 às 11:17

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 25 de junho de 2024

No frio prazeroso de um junho já maduro, Sergipe, com a altivez de quem desafia o convencional, viu-se pioneiro ao realizar uma cirurgia cardíaca menos invasiva, um verdadeiro marco na medicina local. Ah, como os corações batem diferente em Poço Redondo! Antônio Izídio, aos 81 anos, tornou-se símbolo de resistência e fé, sob o olhar atento de médicos que, com mãos delicadas e saber enciclopédico, transformaram uma operação em arte. A Secretaria de Estado da Saúde, em um lampejo de orgulho, não tardou a proclamar a notícia como uma sinfonia de esperança.

Enquanto isso, nas entranhas do município de Divina Pastora, a natureza, sempre caprichosa, decidiu lembrar aos homens de sua soberania. Uma árvore, cansada de sua posição altiva, rendeu-se ao chão, comprometendo o abastecimento de água. O líquido vital, agora irregular, tornou-se escasso, como um poema de Drummond perdido nas frestas do cotidiano. A Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), num esforço hercúleo, tentava remediar a situação, mas a metáfora da natureza impondo sua vontade sobre a engenhosidade humana era evidente e inescapável.

E na alta esfera das decisões econômicas, Lula, em sua já conhecida verve de estadista, definiu um sistema de meta contínua de inflação, fixando o alvo em 3%. A expectativa era palpável, como o suspense de um romance de Agatha Christie, com Galípolo, o cotado ao Banco Central, desfilando pelos corredores do Planalto com a elegância de um personagem de Fitzgerald, preparando-se para o que poderia ser o ápice de sua carreira financeira.

Em campos mais sórdidos, a Polícia Federal desvendava um intricado enredo de manipulação de resultados na série D do Brasileirão. Apostadores, com uma astúcia vilanesca digna de um conto de Poe, já sabiam do desfecho antes do apito inicial. O futebol, paixão nacional, manchado por atos mesquinhos, refletia o lado sombrio da glória esportiva.

Nas profundezas do planeta, a rotação do núcleo interno da Terra desacelerava, um fenômeno que poderia esticar os dias, quase como se a Terra pedisse mais tempo para respirar. A pesquisa, reveladora e ao mesmo tempo imperceptível para os mortais, ecoava como uma ode à grandiosidade dos mistérios terrestres.

O Plano Nacional de Educação, qual um velho livro de promessas, recebeu uma nova página com metas renovadas. O governo federal, como um professor esperançoso, listava objetivos e estratégias, ainda que o país, como um aluno distraído, tivesse falhado em cumprir as metas anteriores. Era um ciclo quase trágico, de promessas e decepções, como um soneto de Camões à espera de um final feliz.

Em um momento que beira o surreal, um avião da Gol, em sua rotina celestial, foi interrompido por um encontro com uma ave. Santos Dumont, o poeta dos ares, viu suas operações suspensas por uma colisão tão improvável quanto um romance entre Capuleto e Montecchio.

Enquanto isso, a trama internacional trazia Evan Gershkovich, jornalista dos EUA, julgado na Rússia por espionagem, um drama geopolítico que rivalizava com os melhores thrillers de espionagem. A Rússia, em sua eterna disposição para a troca de prisioneiros, mantinha o mundo em suspense.

E não poderia faltar o toque bizarro: balões da Coreia do Norte, carregando lixo, fecharam o aeroporto de Incheon na Coreia do Sul. Era uma imagem que remetia a um quadro de Salvador Dalí, onde a lógica se curva perante o absurdo, e o comum torna-se extraordinário.

E assim, em meio a metáforas e ironias, Sergipe e o mundo seguiram em frente, cada notícia um capítulo de uma crônica que só a realidade pode proporcionar. E quem diria que uma cirurgia , uma árvore caída, e até mesmo balões de lixo, poderiam juntos compor um mosaico tão fascinante do nosso cotidiano?

Esta é a vida, em toda sua glória e surpresa, narrada com o olhar crítico e humorado que só a verve de um cronista pode oferecer.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira