Crônica

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de junho de 2024

Os Balões do Cotidiano: Crônicas Juninas de um Brasil em Festa

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de junho de 2024
Publicado em 23/06/2024 às 16:26

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 22 de junho de 2024

O dia 22 de junho de 2024 amanheceu com uma sinfonia de notícias que, como balões coloridos, subiram ao céu, cada um carregando um pedaço do nosso cotidiano. Em Aracaju, os estudantes da rede pública se entregam à tradicional Gincana Junina, onde o verdadeiro desafio talvez seja driblar as adversidades da vida com a mesma maestria com que dançam quadrilha. Quem dera a educação brasileira fosse tão colorida e animada quanto uma festa junina, em vez de um enredo em preto e branco de dificuldades e carências.

Enquanto isso, o Forró Caju se prepara para receber a multidão, agora com pulseiras de identificação para as crianças. Ironia das ironias, num país onde a segurança pública anda tão frouxa quanto uma saia rodada, o verdadeiro símbolo de proteção são as pulseirinhas coloridas distribuídas nos acessos ao evento. Quem sabe, um dia, possamos distribuir segurança com a mesma facilidade que distribuímos adereços festivos.

E falando em distribuição, o milho reina absoluto nas bancas e quitandas, sua majestade dourada do São João. Quem diria que o milho, tão humilde e corriqueiro, se tornaria objeto de desejo? Talvez ele simbolize nosso anseio por tempos mais simples, quando a maior preocupação era descascar espigas em vez de lidar com as complexidades do mundo moderno.

Mas nem só de milho vive o brasileiro. O Ministério da Saúde, numa manobra de última hora, amplia a faixa etária da vacina contra a dengue. Estratégia esperta ou ato de desespero? É difícil dizer. Parece um leilão às avessas, onde o lote é de vacinas prestes a vencer e o público-alvo são os desavisados que ainda não foram imunizados. Um brinde ao improviso e à gestão à brasileira, onde sempre damos um jeitinho de transformar limões em limonada — ou vacinas quase vencidas em salvação.

Enquanto uns se preocupam com a saúde, outros comemoram a sorte. Três sortudos acertaram a Quina de São João e agora são milionários. Sorte ou destino? Quem sabe. A Mega-Sena, por sua vez, acumulou. Será que a sorte também está cansada do Brasil? Talvez ela precise de um descanso, ou de um empurrãozinho a mais, quem sabe, uma promessa de São João.

Em terras distantes, Barcelona toma medidas drásticas contra o aluguel de apartamentos por temporada, numa tentativa de controlar o custo de moradia. Uma solução que soa tão drástica quanto proibir quadrilhas em festas juninas para evitar aglomerações. Enquanto isso, as baleias da Ucrânia são resgatadas de um aquário, um alívio num mar de notícias pesadas.

E na Espanha, o dilema é o excesso de energia renovável. Quem diria que um dia teríamos que nos preocupar com excesso de coisas boas? Parece piada, mas é a realidade. Talvez devêssemos enviar um pouco desse excesso para iluminar as festas juninas no Brasil, trazendo mais luz e alegria para nossas noites de celebração.

E assim segue o Brasil, num eterno arrasta-pé entre o caos e a alegria, a crise e a festa. Porque, afinal, somos um povo que dança até mesmo sobre os escombros, fazendo das dificuldades passos de uma quadrilha improvisada, onde cada notícia é uma nova volta no salão. Bom São João para todos (as) !

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira

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